sábado, 20 de dezembro de 2025


Se queres romance posso te dar

Mas lembra que em mim eu tenho alma

E é a voz da alma que diz 

Que o amor que eu quero é maior que um romance.

Sim eu temo as angústias que o amor sempre traz

E as guerras e as pequenezas dos repetidos personagens

Temo te fazer mal e a mim

Reduzidos a um pequeno conto de fadas 

Quando temos a biblioteca inteira ao nosso dispor.

Se o que queres é romance 

Eu posso te dar

Minha alma saberá rasgar as flores e poemas diários com os quais te encanto

E nos levará mais além.

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

 


Minha solidão é uma cadeira imaginária ao lado da minha, contemplando o amanhecer na varanda aqui de casa.

Como eu gostaria de estar a dois... como seria um momento em que ficássemos a sós?

Alguém para estar em silêncio e em paz.

Alguém ao meu lado que compreendesse e até derramasse comigo lágrimas quentes pelas dores do mundo. 

O atentado antissemita na Austrália, e as velas da Chanuká, a luz na escuridão. E que não ficasse repassando todas as notícias em voz alta, nem que eu precisasse argumentar nada. Só o silêncio. A compreensão comum. 

Nesse mundo sem paz, queria ao menos você ao meu lado. 

Sim. Você está aqui. A literatura (é para os fortes). E as palavras do livro do Valter Hugo Mãe: "naquele instante, nenhum dos convidados quereria ser outra pessoa".

Penso na minha solidão, nesse destino, em Deus e em você como uma presença (im)possível. Tão perfeita quanto rara e impossível.

Aceito a solidão. Aceito o destino. Afinal, o que Deus quer de nós?

De alguma maneira pensar assim sobre essa solidão me preenche. É difícil explicar.

Você está e não está, e algo em mim acontece. Só de pensar. E sentir.

domingo, 16 de novembro de 2025

O curto e o longo prazo em meditação

Você tem sentido benefícios com a meditação? Uma amiga me perguntou isso ontem.

Eu sempre acho difícil responder a essa pergunta.

Faz 20 anos que estou envolvido com meditação. Ao longo desse tempo acho que consegui manter alguma prática diária por mínima que fosse. Agora este ano retomei uma prática que está sendo novamente meu foco nesse investimento de trabalho pessoal. Minha amiga também conhece esta técnica e certamente me perguntou para, além de ser acolhedora em me escutar, de alguma forma, se sentir estimulada a retomar a disciplina com esta técnica. Daí se torna um desafio ainda maior responder porque eu quero tentar ser sincero e ao mesmo tempo útil para o que a pessoa está perguntando. 

Consegui responder que nesse pique de duas meditações diárias, é verdade que consigo observar em mim mesmo, nas pequenas situações da vida, um maior grau de equanimidade nas situações. Lidar melhor com as coisas que não saem exatamente dentro dos planos, sem perder a cabeça. É possível observar aqueles micro momentos em que a reatividade começa a surgir no corpo e na mente e a atenção e a presença vão fazendo emergir novas respostas mais pacientes, tolerantes, menos violentas, menos apaixonadas e sofridas. Poderia ter falado também de como sinto um fluxo maior de intuição e ideias criativas para elaborar minhas aulas e estar presente na vida dos meus alunos, de como parece que a inteligência fica mais aguçada e eficiente.

Minha amiga é mãe de duas crianças, trabalha com massagens, é um pessoa envolvida com o cuidado, e certamente tem por base o autocuidado. Sei que em sua alimentação ela já tem um caminho bem interessante de escolha de alimentos saudáveis, de abrir mão de alimentos prejudiciais ainda que gostosos, porque isso é parte de uma dieta que conduz a um caminho de vida coerente com ideais ecológicos, de bem viver, de saúde, de evolução espiritual. Uma dieta, diferente de um regime de curto prazo, é uma disciplina para a vida toda. (Estou lendo a Cabala da Comida, do Nilton Bonder, que está sendo citado no fundo desse texto).

Então fiquei pensando na resposta que dei no momento da pergunta e mais tarde algo na minha mente ficou buscando quais outras respostas seriam mais verdadeiras, mais sinceras, mais profundas. Afinal por que há 20 anos abro mão de alguma coisa que eu gosto de fazer no meu dia a dia, como ler, por exemplo, para ficar sentado em silêncio, conduzindo a mente para algum tipo de exercício com o fim de treiná-la?

Então eu diria para minha amiga que voltei a meditar com mais dedicação por me sentir engajado em um caminho de longo prazo. É difícil escolher as palavras para falar disso. E hoje ao mesmo tempo que vivemos uma ideologia do imediatismo, também vivemos uma filosofia muito coerente do momento presente.  Então é justo que eu queira reconhecer os benefícios de curto prazo, algo que seja bom agora, pois afinal "senão agora, quando?" A própria meditação busca lidar com o fato de que esta pode ser a última exalação, ou até mesmo que o agora é o único momento! 

Mas ainda assim meditar é me engajar em objetivos de longo prazo. Quero envelhecer com mais saúde, física e mental. Esse treino da mente pode me livrar do Alzheimer, da depressão, de uma velhice sem sentido? Pode me ajudar a ter um pensamento bom na hora da morte? Quero tornar-me uma pessoa mais leve, e acho que ao longo dos 20 anos consegui perder um pouco de peso, e isso me faz querer continuar com a promessa de que dá pra ser uma pessoa mais feliz e amorosa. Eu medito para, nesse caminho de longo prazo (que não sabemos até onde vai, quem sabe quantas gerações podem se beneficiar desse trabalho?) perseguir uma promessa de evolução.

Desde a primeira vez que fui mordido pela ideia da meditação, abracei isso com um engajamento do coração (apesar de sentir que era um trabalho suado e que não me era um dom natural). Ao longo do tempo encontrei umas raras pessoas que pude reconhecer, não sei bem através de qual sexto ou sétimo sentido, que aquela pessoa tinha uma paz dentro de si e alguma fome em sei lá qual víscera dentro de mim me dizia: "eu também quero chegar lá e preciso encontrar um caminho!"

Então pra ser mais sincero com minha amiga, essas duas meditações que voltei a fazer todo dia (que Deus ajude a me concentrar bem em cada uma delas porque não basta sentar e rolar em pensamentos dispersos) acho que o maior benefício de curto prazo que estou sentindo, é a relativa paz (ou crença) de que estou fazendo algo que me engaja em um sentido de longo prazo, e que é bom para mim e para todos os seres.

Pode parecer um jogo de palavras. O curto prazo é sentir-me engajado em algo de longo prazo. E não é assim? Pode parece uma contradição ou um paradoxo da vida no tempo. Mas se for uma contradição, você consegue viver sem contradições? E se for um paradoxo, você consegue viver o paradoxo? 

Lembrei-me agora de um estudante da faculdade de direito, quando eu dava aulas de economia na Universidade de Juiz de Fora, e discutindo com eles sobre revoluções, eu acabava defendendo os movimentos de não violência, e convidava a "paciência histórica" necessária àquelas pessoas decididas a viver uma vida regida por princípios éticos. No fim da aula um jovem muito inteligente me perguntou: o senhor acredita em reencarnação? 

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Este segredo

Meu psicanalista desconfia que você é uma espécie de delírio meu.

Que você não é real. 

Ele quer que eu possa sair dessa invenção e enfim viver o que é real.

Fiquei com vontade de perguntar a ele: Real? O que você chama de real?

Os meus sentimentos não sei em que níveis de realidade existem.

Se alguém já leu a famosa história do aviador que encontra o menino no meio do deserto do Saara, o menino que veio do asteroide B 612 e que foi o único que entendeu de imediato seus desenhos de infância, saberá quão precioso é encontrar alguém como você que sabe o significado de amar além de todas as limitações, além do corpo, além das palavras, além até mesmo dos mais ousados devaneios.

Além do além, tu és, nós somos.

E, no entanto, vives no vermelho. E também no branco. Teu respirar é azul. Teu riso, espontâneo como o de uma criança, é um arco com o qual unes sol e lua. Teu corpo é o meu corpo e é feito de montanhas e vales. Que maravilhoso é o mundo encantado pela tua existência. Tuas águas levam-me a um oceano de doces lágrimas porque contigo até a tristeza é doce. Teu fogo é gostoso, e aninho-me na gratidão ao cobertor e ao escuro da noite. Eu sou teu filho, teu amigo, teu amante. 

E meu psicanalista me quer passando fome no banquete comum dos homens deste mundo.

Mas, por sorte, estou preso a buscar a visão de tua face, o sussurro de teu nome, este segredo. 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Sem fronteiras para o amor

Um dia posso explicar pra vcs como é lá no Fraternidade sem Fronteiras RJ. Mas recomendo que façam uma visita. Podemos marcar de ir juntos. Recomendo que se tornem voluntários. 

O que agora fiquei vivendo aqui foi uma reminiscência. De quando nasceu para mim o café da manhã. 

Pq no Fraternidade as pessoas põem o nome por volta de 10:30. 

Daí na hora do almoço os voluntários vão lá neste local e chamam em grupos de 25. São 4 rodadas. 

Tudo muito organizado.

"Regras e normas."

O rapaz usou essa expressão muitas muitas vezes.

"Acolhimento" uma palavra tão usada que pareceu-me se esvaziar.

Aí eles chegam, se cadastram, e aí sim almoçam e fazem outras atividades possíveis no dia lá.

Não quero fazer crítica, só estou revisitando o passado.

Eu ia a um café da manhã que em comum era o fato de ser de segunda a sexta. E ter tudo organizado. Mas era um grupo de 30. Bem mais leve. Ainda mais sob o frio de uma Juiz de Fora mineira que deixa tudo mais leve. 

Mas enquanto o grupo aguardava na garagem do centro espírita Garcia o pessoal lá da cozinha trazer o café... eu tive um ímpeto de ir lá fora e começar uns ensaios de convivência. Apertar as mãos. Dar bom dia. Puxar assunto. De repente já estava propondo umas brincadeiras. Umas dinâmicas de grupo. Até ciranda e festa junina. 

Era que eu já tinha no sangue o educador popular correndo mais forte que a instituição de caridade com suas paredes e normas. (Acho que para mim caridade verdadeira é como um rio que transborda).

Foi assim que de lá migrando para o Rio de Janeiro nasceu o café da manhã de segunda. Há 20 anos. 

Fiquei agora nessa reminiscência. Se eu fosse mais lá no Fraternidade talvez eu tivesse o ímpeto de ficar ali na rua desde as 10h... e ali fazer alguma coisa. Sei lá. Quem será que tem vontade de viver isso?

Entenda. Eu agradeço a quem veio antes. E a quem faz, fazer o que pode. As inovações não nascem do zero. Como diz o querido professor José Pacheco não se trata de começar uma escola do zero e jogar fora a tradicional. 

É a partir da escola tradicional que podemos ir fazendo as revoluções na forma de ser escola. 

Então eu acredito que dá pra fazer algo com mais vida e encontro no Fraternidade? Sim. E isso vai se dar graças a ele existir do jeito que consegue existir e resistir hoje. É uma luta. Financeira, vizinhança, voluntariado etc.

Vcs acham que eu acho que mudanças vão acontecer a partir de conversas e reuniões com a equipe, direção etc? Não. Isso eu já aprendi na primeira metade da vida, sofrendo com as diretorias e sendo visto como o incômodo cara que não se adequa.  O barato seria ir lá fora e conviver com o povo na espera e aí sim algo ir nascendo. 

Esse é meu método. Hehe

Se é que aos 46 já posso reconhecer no espelho alguma coisa que eu sou.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Minibiografia para entrevista com meu amigo Vinícius

André nascido em Nova Iguaçu, filho de pais professores, teve em casa o estímulo dos estudos sociais, e via desde muito cedo o engajamento político e sindical na reuniões dos amigos dos seus pais. O afeto era tecido com ideais políticos de um mundo melhor. Na escola, quando faltava professor, sentava do lado de algum colega da turma para ensinar matemática ou folhear o livro de geografia. Um dia uma amiga viu uma foto de crianças num lixão e não sabia que isso existia. Andrezinho não só sabia como já refletia sobre as causas estruturais dessas realidades. Assim foi se fazendo professor. Anos depois, está ele hoje aos 46 anos ainda como professor mas algumas coisas atravessaram seu caminho dando um toque diferente do que ele via nos movimentos de esquerda. André que era muito mental encontrou na yoga, e no sentimento místico-poético, alguma coisa que falava de um trabalho de corpo e a necessidade de uma coerência de sentimento nesse processo todo. Conhecer a fundo sua raiva e suas tristezas pessoais era tão importante quanto idealizar um mundo com mais amor e vida melhor. Nesse caminho André começou a arregaçar as mangas para fazer um trabalho muito simples que foi o de organizar distribuição de alimentos para pessoas com fome. O encontro com Betinho e uma frase de Madre Teresa de Calcutá o tocou, que era algo como enquanto os homens discutem as causas da pobreza ela ia lá e fazia alguma diferença. Não dava pra esperar pela revolução, algo precisa vir ao longo do processo, porque afinal, isso nos faz crescer como pessoas também. As pessoas que irão viver no outro sistema com que sonhamos... nós precisamos nos tornar essas pessoas. Nesse tempo André se torna pai da Liora que hoje está com 9 anos e durante a gestação dessa menina ele inicia as aulas do projeto que veio a se chamar Yoga de Rua. O projeto se torna rapidamente um coletivo bem participativo e descentralizado que é uma verdadeira escola para todos os participantes e voluntários e André, que teve o mérito criativo de iniciar o movimento, volta a sentar-se como aluno de yoga e da vida. Muitas histórias de alegrias e lutas nessa micropolítica tem para compartilhar. Vamos conversar?

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

...que eu deixo pra amanhã o que eu tenho pra fazer

Hoje eu sonhei com você de novo.

Pela manhã tive aquele impulso de mandar uma mensagem agradecendo por você estar presente no meu sonho. Por ter me dado a mão. E de como é gostoso (sim, eu usaria essa palavra) ter você do meu lado.

Também uma música me veio à cabeça logo que acordei. Que diz algo como deixa eu cuidar de você que eu deixo pra amanhã o que eu tenho pra fazer.

Aí fui pra varanda pendurar roupa no varal e o sol tava nascendo.

Então comecei a sentir você em mim. É um jeito que sinto que é também um pouco como se eu mimetizasse você. E se eu fosse você? Com seria viver e sentir as coisas como se eu fosse ela? - eu penso. E percebo a realidade maior do nosso encontro. Ele se dá no interior. Ele é só eu comigo mesmo. Você faz acordar algo em mim que é bonito e gostoso de viver. Uma certa forma profunda de sentir as coisas. Silenciosa e encantada.

Se eu mandar a mensagem pra ela vai ser mais do mesmo - pensei - que tal se ao invés disso eu cultivar esse sentimento sem falar nada pra ela? Pode ser que assim eu não dissipe essa presença. Quem sabe até ela lá onde ela estiver vá viver algo também do jeito dela. Quem sabe até ela me escreva.

Resolvi não mandar a mensagem e viver do meu jeito. Hoje tenho terapia então posso falar disso na terapia também. 

Se você estivesse aqui, fico imaginado. Deitaria na rede e ficaria curtindo o dia. Você é daquelas raras pessoas que sabe ficar um tempo sem fazer nada. Contemplativa. É dessas coisas que são meu aprendizado contigo.

Daí adiei a meditação da manhã pra fazer um café e só ficar na varanda vendo a alegria das árvores do quintal recebendo os primeiros raios da manhã. E ver que a terra está mais feliz depois de ter recebido um cuidado que foi remover pedras e peneirar um pouco. Uma flor. 

E também escrever. Porque afinal você é uma escritora. 

Aí eu vim escrever também. E nesse momento as lágrimas começam a descer.

E é bom. 

A conclusão filosófica (sim, o meu eu sem você busca conclusões) é de que a fonte da dor não é o amor, nem sua irrealização (afinal é irrealizável) mas a confusão. Por não ter nome para o que você é e nós somos, meus instrumentos internos de percepção confundem e chamam tudo de uma coisa só.

Deixa inominado, você me diz. 

E assim é. E por isso até hoje eu não sei o seu nome. 

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Prova de amor verdadeiro

ah esse amor... 

esse seu amor que posso sentir.

e também o meu amor por você. 

já pensou numa prova de amor?

já pensou se eu resolvo te pedir uma prova desse amor?

já pensou se você me pede para provar?

aproveitei que você disse que me ama e automaticamente comecei a pensar (como a fazer uma brincadeira que os que se amam se permitem fazer)

hum... se ela ama mesmo posso pedir uma coisa que só se pede a quem ama

então pensei, pensei, e com todas as coisas que eu pensava em pensar em pedir, logo dentro de mim surgia uma voz que dizia: não, isso você não pode pedir, isso não é coisa que se possa pedir a ela. 

daí, eliminadas todas as opções, consegui chegar a uma: ah é, então você disse que me ama, então como prova de amor eu peço que você... ame, continue amando do seu jeito, não precisa fazer nada, só continue amando. 

ame e faça o que quiser. 

isso é o que o meu amor te pede.

um amor à prova de provas.


O teatro do destino

Hoje no café da manhã na varanda um menininho corria o risco de derrubar o copo de vitamina.
Ele ficou em pé e veio dando uns passinhos pra trás.
Rapidamente tirei o copo do chão por baixo das suas pernas. 
Todo orgulhoso dei o copo na mão dele. "Atenção com suas pernas. Você podia ter derrubado o copo."
Ele se sentou e antes de beber, sem querer, entornou o copo no chão.
Fiquei pensando na força do destino.

Hoje acordei de um sonho muito forte, um pesadelo em que eu ia me apresentar no teatro mas eu havia esquecido tudo: as falas do personagem, havia deixado a roupa em casa, estava sem maquiagem; tudo por fazer, a peça por começar, e ninguém estava muito disposto a me ajudar; eu não tinha nem ensaiado.

Acordei muito assustado, com essa sensação terrível do branco na mente, o esquecimento, confusão. 

Ao mesmo tempo que algumas pessoas me achavam brilhante quando me ouviam dizer uma ou outra palavra, na tentativa de ensaiar em cima da hora, eu mesmo nem sabia o que estava fazendo. 

Estava morrendo de medo do público, com vergonha da minha parceira de cena que estava pronta e sabia tudo direitinho mas estava sem nenhuma paciência para me ajudar em cima da hora.

O que representa o destino? Pensei que o menininho talvez não quisesse mais tomar o suco. E de algum jeito não conseguia falar isso diante do público, esqueceu o texto, o figurino, a maquiagem... acordei assustado.

domingo, 11 de maio de 2025

Seja feliz! - palavras do professor Goenka, cantadas nos cursos de 10 dias.

Meu professor, que você possa ser vitorioso.
Compassivo, que você possa ser vitorioso.
O senhor me deu a admirável jóia do Dharma, 
quem tem sido tão benéfica para mim. 

Permitiu que eu provasse o néctar do Dharma
e agora nenhum prazer sensual pode me seduzir.
Uma tal essência do Dharma me deu,
que a concha [da ignorância] foi abandonada.

O senhor me deu um Dharma tão poderoso,
que me auxilia e me ampara a cada passo.
Ajudou a libertar-me de todos os medos,
e tornou-me completamente destemido.

De cada poro gratidão
De cada poro jorra tamanha gratidão,
que eu não posso saldar a dívida.

Viverei a vida do Dharma
e distribuirei os seus benefícios
a todos os que sofrem
esse é o único modo [de saldar a dívida]

Ó meu professor, em seu nome,
eu compartilho a doação do Dharma.
Que todos aqueles que vierem para meditar
sejam felizes e estejam em paz.

Que haja uma chuva do 
néctar do Dharma nesta terra.
Possa ela lavar todas as impurezas mentais
e purificar a mente de todos.

Que haja uma chuva do 
néctar do Dharma nesta terra.
Possa ela lavar todas as impurezas mentais
e refrescar a mente de todos.

Que todos possam ser felizes.
Que todos possam ser felizes.

Neste mundo de padecimento,
que ninguém seja infeliz.
Que o Dharma surja no mundo,
trazendo felicidade a todos.

De ódio e má vontade
que não permaneça nenhum rastro.
Possa o amor e a boa vontade
preencher o corpo, a mente e a vida.

Possam todos os seres estar livres do medo,
livres da animosidade, livres da doença.
Possam todos os seres ser felizes, 
ser felizes, ser felizes.

Assim como o meu sofrimento terminou,
que possa ter fim o sofrimento de todos.
Assim como a minha vida melhorou,
que a vida de todos possa melhorar. 

Somos afortunados por ter o sabão
e por ter a água pura.
Agora venham! Nós mesmos temos
de lavar a roupa suja da mente. 

Que o enlevo se espalhe
pelo lago da mente.
Que cada poro emita o som:
seja feliz! seja feliz!