Um dia posso explicar pra vcs como é lá no Fraternidade sem Fronteiras RJ. Mas recomendo que façam uma visita. Podemos marcar de ir juntos. Recomendo que se tornem voluntários.
O que agora fiquei vivendo aqui foi uma reminiscência. De quando nasceu para mim o café da manhã.
Pq no Fraternidade as pessoas põem o nome por volta de 10:30.
Daí na hora do almoço os voluntários vão lá neste local e chamam em grupos de 25. São 4 rodadas.
Tudo muito organizado.
"Regras e normas."
O rapaz usou essa expressão muitas muitas vezes.
"Acolhimento" uma palavra tão usada que pareceu-me se esvaziar.
Aí eles chegam, se cadastram, e aí sim almoçam e fazem outras atividades possíveis no dia lá.
Não quero fazer crítica, só estou revisitando o passado.
Eu ia a um café da manhã que em comum era o fato de ser de segunda a sexta. E ter tudo organizado. Mas era um grupo de 30. Bem mais leve. Ainda mais sob o frio de uma Juiz de Fora mineira que deixa tudo mais leve.
Mas enquanto o grupo aguardava na garagem do centro espírita Garcia o pessoal lá da cozinha trazer o café... eu tive um ímpeto de ir lá fora e começar uns ensaios de convivência. Apertar as mãos. Dar bom dia. Puxar assunto. De repente já estava propondo umas brincadeiras. Umas dinâmicas de grupo. Até ciranda e festa junina.
Era que eu já tinha no sangue o educador popular correndo mais forte que a instituição de caridade com suas paredes e normas. (Acho que para mim caridade verdadeira é como um rio que transborda).
Foi assim que de lá migrando para o Rio de Janeiro nasceu o café da manhã de segunda. Há 20 anos.
Fiquei agora nessa reminiscência. Se eu fosse mais lá no Fraternidade talvez eu tivesse o ímpeto de ficar ali na rua desde as 10h... e ali fazer alguma coisa. Sei lá. Quem será que tem vontade de viver isso?
Entenda. Eu agradeço a quem veio antes. E a quem faz, fazer o que pode. As inovações não nascem do zero. Como diz o querido professor José Pacheco não se trata de começar uma escola do zero e jogar fora a tradicional.
É a partir da escola tradicional que podemos ir fazendo as revoluções na forma de ser escola.
Então eu acredito que dá pra fazer algo com mais vida e encontro no Fraternidade? Sim. E isso vai se dar graças a ele existir do jeito que consegue existir e resistir hoje. É uma luta. Financeira, vizinhança, voluntariado etc.
Vcs acham que eu acho que mudanças vão acontecer a partir de conversas e reuniões com a equipe, direção etc? Não. Isso eu já aprendi na primeira metade da vida, sofrendo com as diretorias e sendo visto como o incômodo cara que não se adequa. O barato seria ir lá fora e conviver com o povo na espera e aí sim algo ir nascendo.
Esse é meu método. Hehe
Se é que aos 46 já posso reconhecer no espelho alguma coisa que eu sou.
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