terça-feira, 26 de agosto de 2025

Sem fronteiras para o amor

Um dia posso explicar pra vcs como é lá no Fraternidade sem Fronteiras RJ. Mas recomendo que façam uma visita. Podemos marcar de ir juntos. Recomendo que se tornem voluntários. 

O que agora fiquei vivendo aqui foi uma reminiscência. De quando nasceu para mim o café da manhã. 

Pq no Fraternidade as pessoas põem o nome por volta de 10:30. 

Daí na hora do almoço os voluntários vão lá neste local e chamam em grupos de 25. São 4 rodadas. 

Tudo muito organizado.

"Regras e normas."

O rapaz usou essa expressão muitas muitas vezes.

"Acolhimento" uma palavra tão usada que pareceu-me se esvaziar.

Aí eles chegam, se cadastram, e aí sim almoçam e fazem outras atividades possíveis no dia lá.

Não quero fazer crítica, só estou revisitando o passado.

Eu ia a um café da manhã que em comum era o fato de ser de segunda a sexta. E ter tudo organizado. Mas era um grupo de 30. Bem mais leve. Ainda mais sob o frio de uma Juiz de Fora mineira que deixa tudo mais leve. 

Mas enquanto o grupo aguardava na garagem do centro espírita Garcia o pessoal lá da cozinha trazer o café... eu tive um ímpeto de ir lá fora e começar uns ensaios de convivência. Apertar as mãos. Dar bom dia. Puxar assunto. De repente já estava propondo umas brincadeiras. Umas dinâmicas de grupo. Até ciranda e festa junina. 

Era que eu já tinha no sangue o educador popular correndo mais forte que a instituição de caridade com suas paredes e normas. (Acho que para mim caridade verdadeira é como um rio que transborda).

Foi assim que de lá migrando para o Rio de Janeiro nasceu o café da manhã de segunda. Há 20 anos. 

Fiquei agora nessa reminiscência. Se eu fosse mais lá no Fraternidade talvez eu tivesse o ímpeto de ficar ali na rua desde as 10h... e ali fazer alguma coisa. Sei lá. Quem será que tem vontade de viver isso?

Entenda. Eu agradeço a quem veio antes. E a quem faz, fazer o que pode. As inovações não nascem do zero. Como diz o querido professor José Pacheco não se trata de começar uma escola do zero e jogar fora a tradicional. 

É a partir da escola tradicional que podemos ir fazendo as revoluções na forma de ser escola. 

Então eu acredito que dá pra fazer algo com mais vida e encontro no Fraternidade? Sim. E isso vai se dar graças a ele existir do jeito que consegue existir e resistir hoje. É uma luta. Financeira, vizinhança, voluntariado etc.

Vcs acham que eu acho que mudanças vão acontecer a partir de conversas e reuniões com a equipe, direção etc? Não. Isso eu já aprendi na primeira metade da vida, sofrendo com as diretorias e sendo visto como o incômodo cara que não se adequa.  O barato seria ir lá fora e conviver com o povo na espera e aí sim algo ir nascendo. 

Esse é meu método. Hehe

Se é que aos 46 já posso reconhecer no espelho alguma coisa que eu sou.

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