André nascido em Nova Iguaçu, filho de pais professores, teve em casa o estímulo dos estudos sociais, e via desde muito cedo o engajamento político e sindical na reuniões dos amigos dos seus pais. O afeto era tecido com ideais políticos de um mundo melhor. Na escola, quando faltava professor, sentava do lado de algum colega da turma para ensinar matemática ou folhear o livro de geografia. Um dia uma amiga viu uma foto de crianças num lixão e não sabia que isso existia. Andrezinho não só sabia como já refletia sobre as causas estruturais dessas realidades. Assim foi se fazendo professor. Anos depois, está ele hoje aos 46 anos ainda como professor mas algumas coisas atravessaram seu caminho dando um toque diferente do que ele via nos movimentos de esquerda. André que era muito mental encontrou na yoga, e no sentimento místico-poético, alguma coisa que falava de um trabalho de corpo e a necessidade de uma coerência de sentimento nesse processo todo. Conhecer a fundo sua raiva e suas tristezas pessoais era tão importante quanto idealizar um mundo com mais amor e vida melhor. Nesse caminho André começou a arregaçar as mangas para fazer um trabalho muito simples que foi o de organizar distribuição de alimentos para pessoas com fome. O encontro com Betinho e uma frase de Madre Teresa de Calcutá o tocou, que era algo como enquanto os homens discutem as causas da pobreza ela ia lá e fazia alguma diferença. Não dava pra esperar pela revolução, algo precisa vir ao longo do processo, porque afinal, isso nos faz crescer como pessoas também. As pessoas que irão viver no outro sistema com que sonhamos... nós precisamos nos tornar essas pessoas. Nesse tempo André se torna pai da Liora que hoje está com 9 anos e durante a gestação dessa menina ele inicia as aulas do projeto que veio a se chamar Yoga de Rua. O projeto se torna rapidamente um coletivo bem participativo e descentralizado que é uma verdadeira escola para todos os participantes e voluntários e André, que teve o mérito criativo de iniciar o movimento, volta a sentar-se como aluno de yoga e da vida. Muitas histórias de alegrias e lutas nessa micropolítica tem para compartilhar. Vamos conversar?
terça-feira, 19 de agosto de 2025
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário