terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sejamos nós mesmos

Estou lendo sobre Edward Bach, o médico que se encantou pela natureza e descobriu que do orvalho matinal das belas flores pode-se extrair remédios para as curas das nossas doenças. Uma personalidade incrível. Fico imaginando seus passos, quando abandonou seu consultório médico lucrativo em Londres e se embrenhou na floresta, em Gales, para completar sua pesquisa sobre o poder curativo das flores. Sua filosofia é de extrema sabedoria e mostra que ainda temos um caminho a trilhar rumo a uma integração maior com a natureza: a nossa própria essência e a natureza que nos cerca. Espero que vocês possam se motivar com suas palavras:

"Alguma vez já lhe ocorreu que Deus lhe deu uma individualidade? Ele certamente o fez. Ele lhe deu uma personalidade muito própria, um tesouro a ser guardado no seu mais profundo Eu. Ele lhe deu uma vida para conduzir, uma vida que você e apenas você deve conduzir. Ele lhe deu um trabalho a realizar, que você e somente você deve realizar. Ele o colocou neste mundo, um ser divino, um filho Seu, para aprender como se tornar perfeito, para obter todo conhecimento possível, para crescer bondoso e amável e para auxiliar os outros.

E já lhe ocorreu como Deus conversa com você e lhe fala de sua individualidade própria, de seu trabalho e de como conduzir o seu barco para o seu próprio curso? Ele lhe fala através de seus verdadeiros desejos, que são os instintos de sua Alma. De que outra maneira Ele poderia lhe falar?

Se apenas ouvirmos e obedecermos nossos próprios desejos, sem nos influenciarmos por qualquer outra personalidade, seremos sempre levados e guiados, não apenas ao longo do caminho que nos conduzirá ao nosso próprio avanço e perfeição, mas também tornando nossas vidas mais úteis para os outros. Ao sermos influenciados pelos desejos de outras pessoas, deixamos de lado nosso próprio trabalho e desperdiçamos tempo. Cristo nunca teria cumprido Sua Missão se tivesse dado ouvidos a Seus pais e nós teríamos perdido um exército de ajudantes do mundo, tais como Florence Nightingale e muitos outros, se eles tivessem ouvido os conselhos dos outros e não permanecessem fiéis aos desejos de seus próprios corações.

Que melhor resolução poderíamos tomar, na chegada do Ano Novo, do que a de ouvir nossos próprios desejos, que são mensageiros de nossas Almas, e ter a coragem de obedecê-los?"

paz!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

As armas não ferem a alma - oração pelo Rio

Amigos do bem,
hoje por volta das 18hs fizemos um momento de oração ecumênica aqui na UFF em Angra dos Reis.
Temos recebido emails de grupos que tem orado as 18hs. E desta vez nos reunimos, professores, técnicos e estudantes em benefício de todas as pessoas inclusive as que estão deixando-se embriagar pelo ódio e cometendo atos inconsequentes.

Foi muito lindo porque trocamos nossos sentimentos sobre amor, perdão, compaixão. Lembramos que esse medo que se generaliza tem sido a rotina de milhares de pessoas nas favelas ao longo de décadas. E nos compremetemos a cultivar pensamentos de amor e de calma.
Muita luz, emoção, reflexões ricas.
Estamos confiantes.
E daqui da Costa Verde enviamos uma chuva forte, espero que chegue na capital do estado carregada das vibrações de amor que pulsam nessas matas verdes e nesse mar abundante.
Mandamos nosso mais terno abraço.
Lemos um pequeno trecho do Bagavad Gita:
"As armas não podem ferir a alma; o fogo não pode queimá-la; a água não pode molhá-la; nem o vento ressecá-la." Livro II, 23.
Sigamos sem medo, portanto.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A carne é fraca


Acabo de assistir a um documentário que foi fundo em minha sensibilidade. Como pessoa humana e como membro da comunidade de seres vivos de nosso planeta.

O vídeo é riquíssimo porque é multifacetado.
Mostra os impactos do crescimento da produção de carne no meio ambiente. A questão do desmatamento para dar lugar aos pastos, o consumo de água e cereais como alimento para o gado, o uso de hormônios e elementos químicos que acabam contaminando os rios bem como as pessoas que se alimentam dessa carne, além da cruealdade com que se criam bois, vacas, galinhas, porcos. Destaco a forma como os milhares de pintinhos são descartados porque nasceram com defeito (defeito para quem?).
É o que acontece quando os seres vivos da criação são vistos como coisas, recursos produtivos.
A revolução espiritual que hoje vivenciamos certamente precisa enfrentar essa questão que é mundial, mas ao mesmo tempo exige uma revolução individual. Eis o grande mérito do filme: deixar evidente que somos co-responsáveis por essa violência e essa loucura do capitalismo-consumista-materialista.
Pensar a mudança do mundo exige uma mudança pessoal! Essa é, aliás, a base de todo projeto político-espiritual, como bem mostrou Gandhi.
Acho que todos deveriam assistir porque vivemos realmente num contexto de ideologização que esconde a cadeia produtiva por trás dos simples hábito de comer carne.
Duvido que alguém que veja esse filme e não se sensibilize e não pense em deixar de dar sua contribuição a essa brutalidade.
Fiquei tocado. Abraçado a Chester (meu cachorro-bodisatva) que ao ouvir os animais na tela se aproximava de mim, pedindo colo, senti misericóridia pelos meus irmãos animais e me perguntei: o que estamos fazendo? Que sociedade é essa? Que tipo de espiritualidade temos cultivado que não leva em conta esses irmãos da criação, anteriores a nós (tanto no mito hebraico, quanto na "Evolução das espécies" de Darwin)? Que padrão de vida é esse que continuamos a alimentar dia a dia?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A SEDUÇÃO DO DIÁLOGO


Convido meus amigos a um diálogo inter-religioso da experiência.
Sou espírita. Falo com os mortos e busco a caridade.
No mistério da eucaristia percebi que também era católico.
Na fala do pastor sobre as origens da Reforma me vi inteiramente protestante e inteiramente precário no mundo.
No axé do candomblé me senti unido no amor de Deus expresso em todos os seres. Me percebi do candomblé.
Purifiquei minha mente e me conheci melhor entre budistas em meditação.
Na ioga reforcei meu estado de espírito, acreditei mais em mim e me senti um autêntico iogue.
Tudo isso fiz sem deixar de ser espírita.
E quando fui católico, protestante, candomblecista, budista, iogue, fui de cada tradição por inteiro, sem sincretismo, sem mistura.
O diálogo ocorre no meu coração.
Sou de todas as crenças.
Pleno em cada uma.
Todas estão em mim.

André A Pereira - escrito na IV Jornada Ecumênica - Indaiatuba - SP