domingo, 27 de junho de 2010

Ver o jogo do Brasil com irmãos que vivem na rua

Preciso começar a divulgar as iniciativas maravilhosas que estão acontecendo!!
Coisas que nos fazem ter esperanças!
O maior e mais belo dos milagres é o gesto de amor.

Um grupo de voluntários, dentre eles um padre da Igreja Anglicana, está abrindo as portas de uma casa no centro da cidade para os moradores de rua.

Será um Espaço de Convivência.

E vão precisar de muitos voluntários para desenvolver todas as atividades de reinserção social que os nossos companheiros nas ruas precisam, especialmente as de reinserção no mercado de trabalho.
Bom, o trabalho deles é seríssimo.

Aos sábados fazem uma missa no Largo de São Francisco a partir das 18hs.

Eles chamam: Igreja na Rua.

Adorei o nome!

E estão passando os jogos do Brasil na Copa para assistirem juntos.
Isso é muito lindo. Noto que os jogos do Brasil tem sido momentos de confraternização, seja em família, seja com amigos. E pensei: assim como no Natal, essas pessoas vão ficar sozinhas?
Que bom que as pessoas estão alargando a idéia de família: família humana universal.
Nesta segunda terá almoço e logo após vão assisitir Brasil X Chile.
Local: Rua Silvio Romero, 49 Lapa - Rio de Janeiro.

obs.: a foto acima é da Homeless World Cup, a Copa do Mundo de Moradores de Rua, uma iniciativa mundial que está mudando a vida de muitas pessoas e fazendo a sociedade pensar!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O mundo será feliz, pacífico e próspero


No mundo das profecias a gente ouve muita coisa triste.
Mas há também as profecias otimistas.
No livro que acabo de ler sobre o Sai Baba, uma entrevista com o mestre indiano encheu meu coração de esperanças.
Vou transcrevê-la abaixo e você me diz o que você sentiu.
Detalhe importante: a entrevista foi feita em dezembro de 1978.

Sai: O crime tem se tornado muito intenso na Índia. Não há segurança.
JH: Swami, isso não é privilégio da Índia. O mesmo acontece por todo o mundo. Como irá terminar?
Sai: Terminará no bem. Em alguns anos, tudo será pacífico.
JH: Mas Swami, isso está piorando, e essa é a Kali Yuga (uma Era de pouca virtude no mundo). Sai: Não. Não está tão ruim quanto estava antes. É como no oceano. Há uma época de ondas altas e deve existir algumas ondas maiores que batem pesadamente na margem, mas isso é seguido por um mar calmo e pacífico.
JH: Muitas pessoas estão dizendo que em muito pouco tempo entraremos em um período de grande catástrofe.
Sai: Pode haver algumas ondas maiores, como mencionei, mas o mundo será feliz, pacífico e próspero.
Convidado: Nenhuma guerra mundial?
Sai: Não, nenhuma guerra mundial.
JH: Temos a sorte de estar vivos para vermos esse mundo pacífico.
Sai: Vocês todos o verão. Até mesmo os mais velhos viverão para vê-lo. (...) Isso será daqui a uns quarenta anos. Nesse momento o mundo estará pacífico. Tudo será amor - amor, amor em todos os lugares.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Você mora na rua?! Tá demitido.

Hoje, na rua, ouvi mais daquelas histórias que tocam profundamente nossa sensibilidade humana.

Me recuso a perder a sensibilidade.
Me recuso a perder o espírito de compaixão.
Me recuso a me tornar uma pessoa insensível, que olha o abandono, os absurdos contra a humanidade, e acha que tudo isso é normal.

Hoje, um irmão no Centro Espírita na Rua me falou:
- Irmão, já fui levado três vezes para o abrigo na Ilha do Governador. Da última vez voltei andando. Levei 2 dias e meio.
Fiquei ali, ao lado dele, um senhor idoso, imaginando as dores da alma em se ver levado a força para um lugar sem vaga, só para o aterrorizar.

E me pergunto: por que não usarmos esse recurso público, de dinheiro e de pessoal, para ajudar as pessoas a melhorarem de vida? Não há razão nesse Choque de Ordem: é um choque de Terror. E o que é pior: um Terror de Estado.

Outro companheiro contou sua história na Caravana (um grupo que leva janta quinzenalmente na Tijuca).
Ele havia conseguido um emprego.
Com o passar dos dias, no entanto, seu chefe veio chamar sua atenção para que ele usasse roupas limpas, que cuidasse mais da higiene.
Então ele resolveu desabafar, abrir o coração ao chefe:
- Sabe o que é? Eu ainda moro na rua. Mas se o senhor me adiantasse o pagamento eu poderia alugar um lugar para ficar, tomar banho e cuidar melhor da minha higiene.
- Ah você mora na rua?! Então tá demitido.

Até quando teremos de conviver com esse tipo de preconceito?

As pessoas que moram na rua são pessoas comuns.
Falam, comem, sorriem, contam histórias, gostam de ir a praia, de conversar, de lembrar das coisas boas, usam a internet, mandam e-mail. Tudo. Só que estão tendo que dormir na rua. E isso é uma imensa dificuldade.

Mas nem tudo é tristeza.
Hoje falamos do Gentileza. O profeta das ruas.


E dois companheiros nos contaram histórias do profeta:
- Um dia encontrei com ele.
- E aí?
- Era muito bom. Só de ficar perto dele... ele irradiava uma harmonia, uma paz...

E o outro contou que Gentileza no hospício fazia uma atividade que envolvia a todos, especialmente os outros doentes mentais. Foi quando um psiquiatra (muito humano e sábio) o perguntou:
- Gentileza, você veio aqui pra gente te curar, ou para você curar a gente?

Quem bom.
Como foi bom ouvir essa história de um irmão que mora na rua.
Todo dia aprendo uma coisa boa.
Assim vou me tornando um educador...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Nossa ida ao Dr Fritz - parte 2

Então a Paula, após ver as nossas cicatrizes, resolveu que queria ir até lá.
E fomos. Seu raciocínio:
- Puxa, fico pensando naquelas pessoas que estiveram perto de Jesus e não o buscaram. Acho que eu preciso buscar a ajuda.

Chegamos lá, muito frio. A noite caíra. Ficamos aguardando. Ela foi chamada e sentamos na fila de espera. Então ela foi chamada a entrar e eu perguntei se podia entrar junto para acompanhar. Não podia. Fiquei do lado de fora.
Mas Paula, por estar preocupada com o frio que eu estava passando deve ter insistido lá dentro para que eu entrasse. E como era o último grupo, vieram me chamar.
Ali fiquei na expectativa. Dessa vez poderia observar o trabalho do médium, sem a concentração de quem espera pelo atendimento. E planejei que tentaria conversar com ele, tirar algumas dúvidas.
Então ele entrou e foi seguindo o mesmo método. Como você está? perguntava a cada um. E ia tocando aqui, e ali. E eu vendo, já entendia o que estava acontecendo. Só que dessa vez ele ficava um tempo maior e se permitia conversar um pouco mais com as pessoas. Analisava com algumas o andamento do tratamento, etc.
Chegou a minha vez:
"Como você está?"
"Eu vim mais cedo, recebi a cirurgia"
"Como você está?" insistiu. "Estou bem. Eu fiquei com umas marcas nas costas, quero divulgar o trabalho, sou professor, quero divulgar para os meus alunos. Você tem como me explicar o que aconteceu, como é o tratamento?"
Ele virou-se para mim, e tentou explicar:
"É uma mistura de acupuntura, com energia quântica. É o futuro."
Eu fiz uma cara de quem não estava entendo nada.
Ele pegou minha mão, apertou três vezes com a palma da mão dele sobre a minha, tirou a mão e perguntou:
"Está vendo alguma coisa?"
Havia uma bolinha branca na minha mão. Ele a havia materializado. "É ectoplasma", uma assistente explicou. E ele disse: "energia anti-gravitacional". E me fez virar a mão para a bolinha cair mas a bolinha não caía.
Ele deu um passo para a frente, ia proseguir os tratamentos nos demais pacientes. Virou-se para mim e disse: "É mais ou menos isso, professor." Deixando claro que não temos muitos termos para entender o processo.
E eu disse: "Está bem, vou estudar."
E ele seguiu com os tratamentos.
De vez em quando ele passava e brincava comigo, falando alto: "O professor está ali só pensando."
Gostei da irreverência do Dr Fritz. Parece um bom amigo.

Ao final, todos nos reunimos em círculo do lado de fora da sala de cura, no galpão, e fizemos uma prece de encerramento. Algumas palavras foram ditas sobre a relação entre amor e humildade. Muito bom. Fizemos a oração do Pai Nosso. De olhos fechados, sentia uma intensa corrente de energia percorrendo meu corpo e a via em forma de raios luminosos da cor de fogo para cima e para baixo de cada parte do meu corpo.

Abaixo está a foto da cicatriz da cirurgia da Paula.



Tudo isso foi muito interessante mas ainda há um fato curioso.
Uma coincidência inesperada e sutil envolvendo umas pedrinhas.
Após a prece algumas pessoas vieram com pedrinhas nas mãos dizendo para escolhermos algumas. Peguei duas. Paula também. Depois eles voltaram. Paula me disse: pegue para o Rafael. E logo olhei uma pedrinha rosada. Aí falei em pegar outra e não conseguia escolher. Foi quando uma caiu no chão. Então eu disse brincando: essa que caiu é dele também. Era uma pequena e sem cor definida.
Até aí tudo bem.
No dia seguinte na pousada em que ficamos, no café da manhã, encontramos um rapaz, Leandro, que tinha estado o dia todo observando o Fritz e ele nos contou várias histórias impressionantes. Não tenho como relatá-las aqui por falta de espaço. O cursioso é que teve um momento em que entrei no quarto e busquei meu casaco. Quando saí, pus a mão no bolso e lembrei de dar as pedrinhas ao Rafael.
Qual não foi a surpresa? Enquanto eu tinha ido ao quarto, o Leandro aproveitou para oferecer duas pedrinhas ao Rafael. E quando eu entreguei as minhas, todos ficamos perplexos: as duas pedrinhas que eu dei eram idênticas as duas pedrinhas que o Leandro lhe dera.

Olhamo-nos por um tempo e concluímos: não estamos sozinhos! Isso não foi por acaso. De tantas pedras, de tantos tamanhos e cores, essa coincidência serve para confirmar a presença espiritual em tudo que estamos vivendo nesse fim de semana.
Que bom. Para os que não creem, essas coisas ajudam muito no processo da conquista da fé.
É um convite que Deus faz.
Muita paz!

domingo, 20 de junho de 2010

Um jeito certo de amar


Aprendi uma coisa muito sutil com Sathya Sai Baba.

Realmente, a sabedoria dos sábios verdadeiros me impressiona!

As coisas que eles falam são muito sutis e cheias de verdade.

Para falar do amor as coisas e as pessoas que amamos e do amor a Deus, ele usou a imagem de uma árvore em nosso jardim:

"Notamos que suas folhas estão enrugadas e secas, e imediatamente sentimos compaixão. Pegamos a mangueira e dirigimos um fluxo de água ressucitadora as folhas, mas elas não respondem; não se beneficiam da água. Porém se, em vez de jogar água nas folhas, dermos água as raízes da planta, aquela água ressucitadora rapidamente encontra seu caminho para o tronco, ramos, folhas, flores e frutos. De modo similar, se juntarmos todos os nossos amores e amarmos a Deus com amor completo, então nossa família e amigos natural e inevitavelmente receberão o amor do qual necessitam."

Do livro "Meu Baba e eu" de John Hislop , p. 105.

Vamos meditar juntos sobre isso?

Ao juntar toda a energia de amor e a dirigr a Deus, nós agimos com imparcialidade, desapego, entrega e confiança.
E é só assim que o verdadeiro amor se manifesta e produz bons frutos.

Amar não significa a preocupação ansiosa com o outro.
Amor não combina com desespero ou controle ou superproteção.
Amor envolve liberdade e o supremo respeito pelos processos de desenvolvimento do outro.

Esse é um exercício maravilhoso.
Centrar em Deus o meu amor pelo outro.
E então vou descobrindo que posso amar a todos os seres.
E assim vou descobrindo um Deus novo a cada dia.

As vezes me sinto sem Deus. Vazio. Sem fé.
E aí intensifico a minha busca e Deus se realiza em mim.

Fique em Paz!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Nossa ida ao Dr. Fritz

Depois de ler o relato impressionante de um amigo sobre sua cirurgia espiritual com Dr Fritz, resolvemos viajar a Rio Novo para conhecer o médium Chico Monteiro.

O Júlio Cesar divulgou na internet e colocou a foto da cicatriz que ficou após uma cirurgia espiritual feita sem uso de instrumentos. Quem quiser conferir é só olhar no site:
http://aeradoespirito2.sites.uol.com.br/Artigos/EFEITO_INTELIGENTE_LCF.html

Aí fomos Rafael, Beth, Paula e eu, numa viagem de 4 hs.
O dr. Fritz atende um sábado por mês em Rio Novo pelo médium Chico Monteiro.
Basta marcar pela internet: www.chicomonteiro.org
Não há cobrança pelo tratamento.
É doação. É por amor.
Quando chegamos ficamos impressionados com o tamanho do galpão e a tranquilidade ambiente.
Um lugar de paz. Já vale o descanso que a cidade nos proporciona.
Então a Beth teve prioridade e fez seu tratamento logo pela manhã.
Mais tarde voltamos Rafael e eu.
Depois de uma longa espera, entramos: um sala cheia de macas.
Quando o médium entrou na sala foi atendendo um por um: "Como você está?" - ele perguntava a todos. E durante 3 ou 5 segundos atendia a cada um.
Fiquei impressionado com a velocidade. Mas não conseguia entender o que fazia. Ele simplesmente tocava em alguns pontos das pessoas, fazia alguns gestos: injeção, costura e eu não conseguia entender.
Quando chegou a minha vez, olhei nos olhos do médium e realmente tomei um choque: não era ele ali, certamente havia um transe, uma impressão forte ficou em mim. E nesses poucos segundos ele foi tocando em pontos do meu corpo e senti umas pontadas fortes nas costas.
Fiquei com aquela dorzinha ali durante alguns minutos.
Quando chegamos na pousada, mostrei as costas para minha esposa e ali estavam as cicatrizes.


Olhamos para o braço do Rafael e ali estava a marca de uma injeção: exatamente a sensação que ele tivera.
Mas a nossa história não ternina aí.
Quando a Paula viu as cicatrizes resolveu que voltaríamos lá para ela passar pelo tratamento também. E aí... muita coisa aconteceu. Vi o tratamento, conversei com o dr Fritz...
Mas essa história eu conto depois.
paz!

terça-feira, 8 de junho de 2010

"Não, o abrigo aqui não dá"

Aconteceu ontem no Centro Espírita na Rua, aqui no Flamengo, Rio de Janeiro.
Tivemos uma conversa com dois companheiros, vou tentar transcrevê-la.

- Puxa irmãos, muito obrigado. Que Deus abençoe o trabalho de vocês, a família de vocês. Assim que puder eu venho aqui visitar vocês.
- Mas que venha a passeio.
- Sim, venho como turista.
Sr. José estava a caminho da rodoviária, ia pegar o ônibus de volta para sua cidade natal: Juiz de Fora. Com as doações dos amigos, o grupo conseguiu R$40,00, o suficiente para tirá-lo da rua.
- Me conta, irmão, onde você vai ficar em Juiz de Fora? - perguntei.
- Lá eu fico no abrigo da prefeitura.
- Ah é? Então você lá também não tem casa?
- Não, desde que meus pais morreram, ficamos só eu e meu irmão. Meu irmão está doente e eu estou desempregado. Aí tivemos que ir pra rua.
- E como é o abrigo lá?
- É bom. Fica no centro, então dá pra gente conseguir uns biscates.
- Ah, entendi.
E então fiz duas perguntas que estavam coçando na minha língua:
- Mas porque você veio pro Rio?
- Pra tentar um trabalho. Vim a pé. Levei quatro dias pra chegar. Vim com um amigo mas ele se perdeu nas drogas. Fiquei mais de dois meses e graças a Deus estou voltando. Rua não é vida pra ninguém.
- E aqui você não foi procurar um abrigo?
- Não, abrigo aqui não dá. É muito longe. O que a gente vai fazer lá em Santa Cruz? Aqui no centro a gente cata lata, papelão, ajuda a descarregar um caminhão, faz uma entrega, a gente precisa trabalhar, né irmão?
O Sr José estava certo. Depois de transferirem a Central de Recepção, que era na Praça da Bandeira, para a Ilha do Governador, a Prefeitura abriu uma outra central, agora mais longe ainda: em Santa Cruz.
Foi quando surgiu a vez do Sr Alberto falar.
- Pois é irmão, eu fui levado pra lá.
- Levado pra lá? Como? - perguntei já esperando a notícia.
- Ué, os guardas passam de madrugada, jogam água, spray de pimenta, batem na gente e nos colocam na Kombi. Me levaram pra lá. Quando a gente chega lá, vê que está superlotado e nos dizem: você não é obrigado a ficar.
- ...
- Não é obrigado a ficar?! Mas pra onde a gente vai irmão? Lá onde está o abrigo tem a milícia de um lado, o tráfico de outro... Eu, graças a Deus, consegui chegar aqui, a pé.
Nesse momento olhamos para o pé do nosso companheiro. Estava cheio de bolhas, mosquitos nas feridas, inchado e descalço.
Pra completar, hoje, manhã de terça-feira, na reunião do Fórum Permanente sobre População Adulta em Situação de Rua, tivemos a notícia de que os órgãos de Direitos Humanos já receberam cartas alertando para a violência que está sendo cometida por funcionários desse mesmo abrigo.

E dói-nos ouvir tudo isso e poder fazer tão pouco.
A sociedade está calada. A imprensa não dá essas notícias. Seres humanos sendo tratados como lixo.
Estamos comemorando a vitória do bem sobre o apartheid racial na África do Sul.
Olhamos para o passado mundial e vemos a vitória do bem sobre o nazismo e o fascismo. Olhamos para o passado no Brasil e vemos que o governo de Carlos Lacerda jogou pessoas no Rio Guandu sob o argumento de limpeza da cidade (veja o filme "Topografia de um Desnudo")
E aí a gente olha pro presente, e vê a ilustrada e vanguardeira sociedade carioca em silêncio diante da violência que estão realizando todos os dias.
Spray de pimenta? Cacetetes as 3hs da manhã? Se já não bastasse o frio...
Será que esses governantes não pararam pra pensar que o pai deles pode ter uma crise psíquica, uma amnésia, e ir morar na rua sem se lembrar de nada? Será que Deus vai ter que fazer isso para mostrar a eles que essas pessoas são seres humanos comuns?
Me lembro de Madre Teresa dizer que ali, disfarçado, bem sujo e mal-cheiroso, estava o Mestre Jesus.
Lembro de Dom Helder Câmara dizer que tinha encontrado com Jesus, ali, na calçada, pedindo uns trocados.
Senhor, tende piedade de nós.
E eu te digo, aquilo que disseste ao Pai, quando estavas pregado na "Santa Cruz":
Senhor, perdoa-os, eles não sabem o que fazem. E eles também não sabem a quem fazem.

sábado, 5 de junho de 2010

A Copa, as Nações e a Paz mundial


Comecemos com uma fala de Sai Baba:

"Quando há retidão no coração,
há beleza no caráter.
Quando há beleza no caráter,
há harmonia no lar.
Quando há harmonia no lar,
há ordem na nação.
Quando há ordem na nação,
há paz no mundo."

Ficamos pensando...
com a Copa do Mundo, quais os valores nossas crianças apreendem para suas vidas?
De um lado a competitividade, o ódio ao estrangeiro, o amor ao meu, o Nacionalismo doentio.
Por outro a cooperação, o fair play, a confraternização, saber ganhar e saber perder...
Depende de como os adultos vão interagir com elas.
Essa Copa tem muito a ensinar.
Aprendemos com perguntas:

Por que é a primeira Copa do Mundo no continente africano?
Por que a África do Sul?
Que história esse país teve que lhe proporcionou a chance de ser sede desse evento mundial?

Para mim, a Copa no país de Nelson Mandela é mais um evento que, no futuro, será visto como um sinal da transformação da cosciência humana: estamos entrando na Era do Espírito. Um momento em que todos nos vemos com respeito, sem preconceitos, sem ódios. Um momento de paz. Uma nova etapa na consciência humana: valores de paz, de reverência pelo diferente, de amor a todos os seres.

Para resolver o meu conflito entre nacionalismo e universalismo, meus dilemas sobre incentivar ou não as crianças a torcerem apaixonadamente pelo Brasil na Copa, resolvi refletir sobre esse texto do Sai Baba.

E aí encontrei uma entrevista com Gandhi, Espírito, no livro "Meu além de dentro e de fora" de autoria do Espírito Delfos, tendo o queridíssimo Luís Antônio Milecco como médium:
Delfos pergunta a ele:

"- Não sei, Mahatma, se deveria classificá-lo, durante sua vida terrena, como o mais nacionalista dos universalistas, ou o mais universalista dos nacionalistas. É essa ainda hoje a sua posição?

- A palavra "nacionalismo" sofreu muitas distorções ao tempo em que estive no mundo. Diziam-se nacionalistas todos os que desejavam imitar Hitler ou Mussolini. Se o meu amigo considera nacionalismo a noção de que cada país, cada povo, tem características particulares que não devem ser anuladas, então considere-me ainda hoje um nacionalista. Os povos e as pátrias são entidades coletivas; têm personalidade definida e devem enriquecer o mundo com sua presença e com aquilo que cada um pode dar. O verdadeiro nacionalismo não se concilia com qualquer espécie de imperialismo; não significa prevalência universal de uma cultura sobre as outras, mas sim, o encontro de todas as culturas para que se componha o belo espetáculo da verdadeira harmonia."

Que todos os povos sejam felizes.
Dia virá em que os grandes estádios estarão lotados de pessoas, de diferentes culturas, de diferentes povos, celebrando a paz e entoando hinos de amor ao Criador.

Shalom, Salam, Paco, Peace, Santi, Paz...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mãe, falecida, ajuda filho que mora na rua a sair das drogas


Esta história não vai sair nos jornais.
Então tenho que contar aqui para que mais pessoas entendam os frutos que o estudo da mediunidade pode trazer.

Estávamos com os companheiros que moram nas ruas. Conversávamos sobre a busca do emprego.
- Nessa busca por emprego uma coisa importante é a abstinência da bebida e da droga - eu disse.
- Pois é irmão, eu estou muito feliz de estar aqui.
- Que bom companheiro - eu respondi. E silenciei esperando a sua história.
- Hoje é a segunda vez que eu venho aqui. Da primeira vez eu fiquei ali ouvindo o que a irmã falava sobre mediunidade, reencarnação... Eu já acreditava sobre vida após a morte, mas só agora que eu comecei a entender como se dão as coisas, os sonhos...
- Que interessante.
- Aí naquela noite eu sonhei com minha mãe.
Nesse momento ele se emocionou, engoliu o choro e continuou:
- Minha mãe faleceu há um ano e eu nunca tinha sonhado com ela. Aí naquele dia que eu vim aqui eu sonhei com ela. Ela estava triste, mas falava que queria me ajudar e queria que eu parasse de usar dorga. Aquilo me tocou. Eu já tive cinco sonhos com ela. Ela foi ficando mais feliz. Saí daqui com uma decisão em minha vida. Parar. Já me internei e fiquei um mês em tratamento. Agora aqui fora o tratamento dura um ano. E é muito bom sentir a minha mãe perto, me ajudando.
- É agora ela tá aí te ajudando - disse eu apontando para o lado dele.
- Eu sinto a presença dela e... me dá uma força aqui dentro - falou abraçando o peito. Eu estou muito feliz com o trabalho de vocês aqui.

Histórias como essa precisam ser guardadas com carinho.
Como professor e cientista preciso guardar todas elas (são os fatos). Uma conclusão é óbvia: mediunidade, conversa com os mortos, se é real ou não (questão para os metafísicos), ao menos temos a certeza de que dá resultado. Consola e promove o bem.
Mas como homem cheio de religião, e creio em todas crenças, sinto a importância do espiritismo, da prática da mediunidade, da reflexão sobre a vida e a morte, no meio da gente simples, dos esquecidos do mundo, para promover vida e felicidade.

Quem quiser ver uma história parecida na dramaticidade, com a beleza da arte cinematográfica, veja o que faz a mãe de Ray Charles no filme: "Ray".

paz!