Hoje, na rua, ouvi mais daquelas histórias que tocam profundamente nossa sensibilidade humana.
Me recuso a perder a sensibilidade.
Me recuso a perder o espírito de compaixão.
Me recuso a me tornar uma pessoa insensível, que olha o abandono, os absurdos contra a humanidade, e acha que tudo isso é normal.
Hoje, um irmão no Centro Espírita na Rua me falou:
- Irmão, já fui levado três vezes para o abrigo na Ilha do Governador. Da última vez voltei andando. Levei 2 dias e meio.
Fiquei ali, ao lado dele, um senhor idoso, imaginando as dores da alma em se ver levado a força para um lugar sem vaga, só para o aterrorizar.
E me pergunto: por que não usarmos esse recurso público, de dinheiro e de pessoal, para ajudar as pessoas a melhorarem de vida? Não há razão nesse Choque de Ordem: é um choque de Terror. E o que é pior: um Terror de Estado.
Outro companheiro contou sua história na Caravana (um grupo que leva janta quinzenalmente na Tijuca).
Ele havia conseguido um emprego.
Com o passar dos dias, no entanto, seu chefe veio chamar sua atenção para que ele usasse roupas limpas, que cuidasse mais da higiene.
Então ele resolveu desabafar, abrir o coração ao chefe:
- Sabe o que é? Eu ainda moro na rua. Mas se o senhor me adiantasse o pagamento eu poderia alugar um lugar para ficar, tomar banho e cuidar melhor da minha higiene.
- Ah você mora na rua?! Então tá demitido.
Até quando teremos de conviver com esse tipo de preconceito?
As pessoas que moram na rua são pessoas comuns.
Falam, comem, sorriem, contam histórias, gostam de ir a praia, de conversar, de lembrar das coisas boas, usam a internet, mandam e-mail. Tudo. Só que estão tendo que dormir na rua. E isso é uma imensa dificuldade.
Mas nem tudo é tristeza.
Hoje falamos do Gentileza. O profeta das ruas.
Outro companheiro contou sua história na Caravana (um grupo que leva janta quinzenalmente na Tijuca).
Ele havia conseguido um emprego.
Com o passar dos dias, no entanto, seu chefe veio chamar sua atenção para que ele usasse roupas limpas, que cuidasse mais da higiene.
Então ele resolveu desabafar, abrir o coração ao chefe:
- Sabe o que é? Eu ainda moro na rua. Mas se o senhor me adiantasse o pagamento eu poderia alugar um lugar para ficar, tomar banho e cuidar melhor da minha higiene.
- Ah você mora na rua?! Então tá demitido.
Até quando teremos de conviver com esse tipo de preconceito?
As pessoas que moram na rua são pessoas comuns.
Falam, comem, sorriem, contam histórias, gostam de ir a praia, de conversar, de lembrar das coisas boas, usam a internet, mandam e-mail. Tudo. Só que estão tendo que dormir na rua. E isso é uma imensa dificuldade.
Mas nem tudo é tristeza.
Hoje falamos do Gentileza. O profeta das ruas.
E dois companheiros nos contaram histórias do profeta:
- Um dia encontrei com ele.
- E aí?
- Era muito bom. Só de ficar perto dele... ele irradiava uma harmonia, uma paz...
E o outro contou que Gentileza no hospício fazia uma atividade que envolvia a todos, especialmente os outros doentes mentais. Foi quando um psiquiatra (muito humano e sábio) o perguntou:
- Gentileza, você veio aqui pra gente te curar, ou para você curar a gente?
Quem bom.
Como foi bom ouvir essa história de um irmão que mora na rua.
Todo dia aprendo uma coisa boa.
Assim vou me tornando um educador...
adoro as histórias do Centro Espirita de Rua!
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