Minha solidão é uma cadeira imaginária ao lado da minha, contemplando o amanhecer na varanda aqui de casa.
Como eu gostaria de estar a dois... como seria um momento em que ficássemos a sós?
Alguém para estar em silêncio e em paz.
Alguém ao meu lado que compreendesse e até derramasse comigo lágrimas quentes pelas dores do mundo.
O atentado antissemita na Austrália, e as velas da Chanuká, a luz na escuridão. E que não ficasse repassando todas as notícias em voz alta, nem que eu precisasse argumentar nada. Só o silêncio. A compreensão comum.
Nesse mundo sem paz, queria ao menos você ao meu lado.
Sim. Você está aqui. A literatura (é para os fortes). E as palavras do livro do Valter Hugo Mãe: "naquele instante, nenhum dos convidados quereria ser outra pessoa".
Penso na minha solidão, nesse destino, em Deus e em você como uma presença (im)possível. Tão perfeita quanto rara e impossível.
Aceito a solidão. Aceito o destino. Afinal, o que Deus quer de nós?
De alguma maneira pensar assim sobre essa solidão me preenche. É difícil explicar.
Você está e não está, e algo em mim acontece. Só de pensar. E sentir.
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