terça-feira, 16 de dezembro de 2025

 


Minha solidão é uma cadeira imaginária ao lado da minha, contemplando o amanhecer na varanda aqui de casa.

Como eu gostaria de estar a dois... como seria um momento em que ficássemos a sós?

Alguém para estar em silêncio e em paz.

Alguém ao meu lado que compreendesse e até derramasse comigo lágrimas quentes pelas dores do mundo. 

O atentado antissemita na Austrália, e as velas da Chanuká, a luz na escuridão. E que não ficasse repassando todas as notícias em voz alta, nem que eu precisasse argumentar nada. Só o silêncio. A compreensão comum. 

Nesse mundo sem paz, queria ao menos você ao meu lado. 

Sim. Você está aqui. A literatura (é para os fortes). E as palavras do livro do Valter Hugo Mãe: "naquele instante, nenhum dos convidados quereria ser outra pessoa".

Penso na minha solidão, nesse destino, em Deus e em você como uma presença (im)possível. Tão perfeita quanto rara e impossível.

Aceito a solidão. Aceito o destino. Afinal, o que Deus quer de nós?

De alguma maneira pensar assim sobre essa solidão me preenche. É difícil explicar.

Você está e não está, e algo em mim acontece. Só de pensar. E sentir.

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