quinta-feira, 22 de julho de 2010

Persépolis


Que toda pessoa com sensibilidade possa um dia ler esse livro.
Que maravilha! Uma obra-prima de incrível sensibilidade.
Lindo, lindo, lindo!
Narra a história de vida de Marjane, uma iraniana que aos dez anos sente os impactos da revolução islâmica em seu país, a guerra Irã-Iraque que vem em seguida, exila-se aos 14 na Europa, passa uns maus bocados, chega a viver nas ruas da Áustria e volta a seu país natal. Entra na Universidade, se casa, separa e sai definitivamente para o mundo.
Aprendi muito sobre os impactos da ditadura islâmica, a questão do véu, o machismo, a ideologização em massa...
Consegui ver que há coisas do olhar islâmico fundamentalista sobre a mulher, que nasce do mesmo machismo que vejo todos os dias em meu país.
Aprendi muito sobre o que ocorre quando os absurdos do preconceito tomam o poder, a censura, a violência cotidiana e estrutural, a hipocrisia internacional...
Aprendi também sobre a cultura persa e que o meu país não é o centro do mundo. E a Europa também não. E nem mesmo o ocidente.
Amei a sensibilidade, chorei bastante com a menina, com seu olhar sobre a vida, seus heróis, sua conversa com Deus.
Mas acho que o que eu mais gostei foi o fato de ser autobiográfico. Ela conta muitos segredos, abre sua vida, sem moralismos, e assim, eu me senti muito mais próximo, me senti muito mais humano.
Agradeço a autora pela coragem de ser.

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