sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Amanhece

Amanhece.
Respiração.
Meditação.
Escutar o corpo, escutar a mente.
Escutar os sentimentos.
Juntar as folhas e os frutos e tomar a primeira refeição do dia.
Vida verde.
Vou até a janela de minha casa temporária à procura do verde lá fora
Onde está?
Árvores tímidas, plantas nos vasos tentam resistir aos prédios que tomam o espaço
Sons de pássaros, sussurro do vento, som dos riachos ou o barulho do mar?
Onde estão?
Daqui só se ouve os apitos dos prédios, dos carros, o acelerar dos ônibus, o zumbido das obras e os martelares de novas construções.
Vejo os operários do prédio ao lado
Vejo a faxineira do nono andar
Pra quem trabalham, por quem, pra quê?
Amigas árvores resistem, balançam timidamente a uma brisa que ultrapassou as montanhas de concreto e sal
E... parece que ouvi um passarinho ao longe!
Será?
Mas vem-me o ruído da obra novamente e já não sei mais.
Terei sonhado esta noite?
Que sentimentos trago para esse novo dia?
Silencio para me ouvir e sou invadido por novo som da rua
Não são crianças brincando
Não são adultos cantando
Não são aqueles pássaros de lá
É mais uma obra na rua
Deixa estar
Fecho a janela para me ouvir e só me ouço uma voz
Foge daqui, volta pra lá.

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