segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A flor laranja do jardim

Era um jardim bem verde.
Todo bem cuidado.
Grama aparada, solo fértil.
Havia até alguns arbustos com umas pequenas florzinhas.
Mas num gramado, por mais lindo que seja, parece que falta algo.
E é então que se avista uma flor.
No meio do jardim tinha uma flor.
Tinha uma flor, bem ali, no meio do jardim, junto à grama verdinha.
E a flor era uma flor laranja.
E transmitia a todo o jardim uma impressão diferente.
Havia muita beleza, muita leveza, muita simplicidade.
E é como se dessa flor se exalasse um perfume mais doce.
As gramas, lindas, num jardim de muito amor, até começaram a admirar a flor laranja.
A flor, única, original, excêntrica até, abria um caminho novo àquele povo que era muito igual.
Uma graminha igual a outra.
Verde, verde e verde. O mesmo cheiro verde. O mesmo tamanho que o aparador de grama lhes permitia.
Criavam um belo gramado. É certo.
Mas ao olhar a flor, as gramas começaram a perceber que também queriam ser originais.
E quando uma abelha passar, o que se sabe é que outras flores podem começar a surgir.
E a flor laranja olhando aquele jardim todo a sua volta, seu lar, sua família, ficava cheia de gratidão por elas manterem um solo tão cheio de nutrientes para que ela pudesse viver. E se emocionava. E esperava. Esperava o dia em que outras flores, de outras cores, outros perfumes, originais também, começassem a desabrochar.
A flor laranja do jardim.
Essa história foi assim.
Essa vida não tem fim.
E só estou falando de mim.

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