A partir de hoje declaro que nunca mais darei aula ou palestra.
Depois de assistir a uma "palestra dialogada" com o professor José Pacheco, estou convencido que aula e palestra não tem utilidade.
Seu argumento é simples. Com seu sotaque de Portugal ele diz:
"Enquanto o professor dá aula,
quem sabe se desliga
quem não sabe, não consegue entender, fica a olhar a janela.
Na prova, quem sabe perde tempo, poderia estar aprendendo novas coisas
e quem não sabe, também perde tempo pois poderia estar usando esse tempo para aprender o que não sabe.
Portanto tanto a prova quanto a aula são inúteis."
Outras coisas que ele disse e que me marcaram profundamente:
"Não há dificuldades de aprendizagem
há dificuldades de ensinagem
Não há crianças deficientes
há práticas educativas deficientes."
Realmente, sinto que preciso me aperfeiçoar como professor.
Ele, através da experiência da Escola da Ponte, prova a desnecessidade de séries, turmas, horários, sinal, diretores e mostra o absurdo do professor trabalhar sozinho: "a profissão do professor é uma profissão solidária e não solitária."
Senti-me na frente de um legítimo socrático:
"Só é possível ensinar quando estamos a aprender".
Sua pergunta em sala de aula é: que querem aprender? que querem fazer?
Um anarquista?
Uma pessoa se relacionando com outras pessoas com real espírito de fraternidade.
Esse é o sentido da escola.
Sobre o poder ele disse algo muito engraçado:
"Quem sabe faz
quem não sabe ensina
e quem não sabe ensinar vai para a formação de professores
e quem não sabe vai para a formação de formadores.
A incompetência vai subindo na hierarquia."
Quem, como eu, quiser saber mais, procure por onde anda esse professor (que agora está no Brasil), e aqueles que estão trabalhando nesse espírito.
Uma dica de pesquisa: "conspiradores românticos".
Uma dica de livro: "Para Alice, com amor"
paz!
aí vai a foto do professor José Francisco Pacheco.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
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ADOREI! ADOREI! Vou tentar lembrar disso quando tiver que preparar minhas "palestras" na Casa Espírita. Vou buscar um caminho mais próximo de uma "reflexão coletiva". E vamos evoluindo....
ResponderExcluirAgora já passas-te por Portugal para conhecer a escola da Ponte e parte da nossa cultura rica em óptimos cozinhados. Ficou marcado o jantar pelo que dizia na parede da escola:
ResponderExcluir"Diz-me e eu esquecerei. Ensina-me e eu lembrar-me-ei. Envolve-me e eu aprenderei"
Foi óptimo ter-vos cá!
André, não tinha lido isto ainda... Vejo que o que eu penso já estava conectado às terras portuguesas.. Temos que divulgar essa maneira de pensar!
ResponderExcluirJosé Antonio