sábado, 13 de agosto de 2011

Um tapa na cara


"Ontem à noite levei um tapa, bem no rosto, na rua, na frente de todos, amigos, conhecidos e desconhecidos. Me enchi de vergonha, me senti humilhado, minha pequenez e impossibilidade de agir se tornaram evidentes. Eu, criança, aprendo como é viver, começo a entender como os adultos agem, como são covardes eles. Um maior do que eu me segura o outro armado me bate. Não sei se quero crescer nesse mundo, se quero me tornar um adulto, com certeza não quero viver como eles, batendo em criança e arma na mão.

Esse tapa não foi no meu rosto, preferia que fosse, foi no rosto de um menino de 8 anos. Meninos de rua, sem ninguém para defendê-los da truculência dos policiais. Tudo isso aconteceu no Largo do Machado, ontem, as 22:00 hs, várias pessoas assistindo ninguém fez nada, nem eu. Assistimos apenas dois homens adultos, fardados com roupa da PM, armados batendo em crianças. Eu também levei um tapa ontem, mas não foi no rosto, foi na alma."


Paula

Um comentário:

  1. Triste isso. E nós nos sentimos impotentes e o medo nos congela nessas horas.. Vi mesmo ontem no programa Profissão Reporter, quando faziam uma matérias sobre travestis em São Paulo. Um "cliente" não quis pagar e os travestis resolveram roubar-lhe celular. A polícia foi chamada, mas quando chegaram os travestis não estavam e nem a vítima. Apenas dois jovens sentados, que não faziam nada. Apanharam sem ter nada com o assunto.

    José Antonio

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