terça-feira, 1 de março de 2011

A vida espiritual de Madre Teresa - parte I



Estou relendo o livro que reúne cartas de Madre Teresa de Calcutá: "Madre Teresa: venha, seja minha luz" escrito por Brian Kolodiejchuk. Um livro maravilhoso que nos mostra aspectos da mística profunda que há na vida espiritual de Madre Teresa, apontando para um caminho que embora possa parecer de luz e felicidade (de alguém que encontra Deus), é na verdade um caminho de escuridão, sofrimentos, vazio de Deus...
Esse mistério quero compreender: como pode alguém experimentar vazio de Deus e espalhar a luz de Deus para tanta gente? Que paradoxo é esse?

Eis alguns trechos de suas cartas, logo no início de sua trajetória na Índia:

"Não pense que a minha vida espiritual é um mar de rosas - essa é a flor que raramente encontro no meu caminho. Bem pelo contrário, tenho mais frequentemente como companheira a "escuridão".
E quando a noite se torna muito densa - e parece que vou acabar no inferno - aí, eu simplesmente me ofereço a Jesus. Se Ele quiser que eu vá para lá - estou pronta - mas só sob a condição de que isso O faça realmente feliz."

Essa a atitude de entrega, de renúncia absoluta.
Ishvarapranidhana. Entregar-se nas mãos de Deus completamente.
Talvez essa escuridão, essa aridez, seja levada ao limite, exatamente para que ela se entregue sem limites a Ele.

* * *

O autor do livro relaciona essa escuridão com um fenômeno que atinge normalmente os místicos e santos e que São João da Cruz denominava "noite escura", para designar "as dolorosas purificações a que a pessoa é sujeita a chegar antes de atingir a união com Deus". p. 34

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