Mais uma vez fui parado na rua.
O homem me disse:
- Parabéns pala sua atitude de dar comida aos pobres. É um gesto bonito. Mas é por pessoas como você que a rua está cheia de vagabundos.
Não é a primeira vez que ouço isso. Não será a útima.
Pensei em coisas a dizer. Aí resolvi fazer uma lista de possíveis respostas.
1) - O meu café deve ser muito bom para fazer as pessoas abandonarem suas casas, famílias, camas confortáveis para virem morar na rua só para tomar o meu café. Porque ninguém vai para a rua porque tem gente dando comida. As pessoas vão para a rua porque sua vida chegou a algum limite, seja um acidente, um desemprego súbito, uma briga familiar. E para sair da rua é preciso de algum apoio. Meu trabalho é dar esse apoio amigo.
2) - Quem vive pedindo (e se recusa a trabalhar mesmo que surja um serviço) é um sofredor, está numa espécie de depressão, sem vontade de viver. Mesmo que eu pare de dar comida ele vai conseguir de outras formas. Eu posso aproveitar e criar um laço de afeto e incentivá-lo a renascer para a vida, para a vontade de viver, ajudando a despertar o guerreiro adormecido.
O homem me disse:
- Parabéns pala sua atitude de dar comida aos pobres. É um gesto bonito. Mas é por pessoas como você que a rua está cheia de vagabundos.
Não é a primeira vez que ouço isso. Não será a útima.
Pensei em coisas a dizer. Aí resolvi fazer uma lista de possíveis respostas.
1) - O meu café deve ser muito bom para fazer as pessoas abandonarem suas casas, famílias, camas confortáveis para virem morar na rua só para tomar o meu café. Porque ninguém vai para a rua porque tem gente dando comida. As pessoas vão para a rua porque sua vida chegou a algum limite, seja um acidente, um desemprego súbito, uma briga familiar. E para sair da rua é preciso de algum apoio. Meu trabalho é dar esse apoio amigo.
2) - Quem vive pedindo (e se recusa a trabalhar mesmo que surja um serviço) é um sofredor, está numa espécie de depressão, sem vontade de viver. Mesmo que eu pare de dar comida ele vai conseguir de outras formas. Eu posso aproveitar e criar um laço de afeto e incentivá-lo a renascer para a vida, para a vontade de viver, ajudando a despertar o guerreiro adormecido.
3) - Um dia um Homem me falou que estava com muita fome e que ia roubar, mas deixou de roubar porque lembrou do nosso café e do clima de paz que viviamos nas nossas manhãs. Aí milagrosamente uma senhora apareceu e deu a Ele um café.
4) - Eu não dou comida aos pobres, eu dou comida a Jesus.
[Assim aprendi com a Madre Teresa].
5) - A globalização, a grande cidade, a cultura do veloz, da técnica, o dinheiro, a TV nos tornam cada vez mais insensíveis ante a dor do outro. Se eu não estabeleço contato com o marginalizado do sistema vou entrar numa espécie de ilusão. Eu preciso dele, não ele de mim. Eu não dou comida, eu mendigo um pouco do sentido de ser humano. O pouco que me resta.
6) - Hoje eu ajudo. Um dia eu posso precisar de ajuda.
7) - Um dia pode ser você.
*
E toda vez que volto pra casa faço o teste: se estou com a consciência tranquila por ter feito a minha parte é porque estou num falso espírito de solidariedade, mas se volto com o coração doído por ter feito pouco, por sentir que aquelas pessoas merecem mais e que há muito mais gente a ser ajudada, aí sim, estou no espírito de verdadeiro amor.
Caminho com meus pés feridos... estendo minhas mãos enrugadas... tento abrir os meus lábios para balbuciar socorro eu preciso de você, mas a minha boca ressequida não me deixa sair o som da minha alma que grita por um pedaço de pão... Hoje, eu tenho café, hoje eu tenho uma mão estendida para me cumprimentar... tenho um olhar para me ver, sinto o meu peito bater forte, porque meu coração está aquecido, do café com leite quentinho, dado com tanto amor... espere mais um pouquinho meu irmão, não desista de mim ... daqui há pouquinho eu não estarei mais no chão... erguido, caminharei de sapato, igual a você... logo, sairei do torpor dos labirintos escuros onde ainda estou ... Eu sinto, eu sei que conseguirei... espere mais um pouquinho irmão logo eu sairei da rua que eu pensava que fosse minha... se ela fosse minha eu a mandava ladrilhar com pedrinhas de brilhantes para o grupo anônimo do café passar... espere só mais um pouquinho...Logo você vai me ver passar...
ResponderExcluirQue a paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com você !!!
ResponderExcluirApreciei muito o seu trabalho e quero parabeniza-lo. Se me permite quero dar algumas palavras para outros leitores de seu blog.
Jesus não está em igrejas, em pastores ou padres. Jesus esta ali na rua, esperando um cobertor, uma agua, um prato de comida.
Jesus disse a nós, que quem o desse de beber, de comer e o acolhesse, estaria salvo.
Enquanto outros estão por ai disputando cargos em igrejas, a atenção de outros...
Não quero fazer criticas, queria apenas que as pessoas refletissem um pouco.
Que tal, ao invés de dar mais dinheiro pra sua igreja, não ajudar os pobres e fazer isso em nome de Deus.
Exceto o caso de igrejas humildes que contribuem muito para ajudar os pobres, essas sim vale a pena ajudar. E sua igreja tem grandes obras sociais? Dá comida aos podres? Agua? Um teto? Um cobertor quente? Ou é só o pastor ou padre é que beneficia das contribuições ?
Nossos evangelizadores tem contas pra pagar familias pra sustentar, mas a questão é, estão tambem fazendo obras sociais ? Ou simplesmente acumulam riquezas ?
Evangelizar é basico, mas devemos nos atentar a fazer a caridade, pra Deus, que está no pobre e no necessitado.
Evangelizemos nas ruas, nos presidios e hospitais, pois quem está precisando de auxilio espiritual muitas vezes nem sabe que ele existe, e por isso não vai na sua igreja, pq não sabe de quão perfeita é palavra do senhor. Vamos sair para pregar irmãos, fazendo caridade, porque ficar ai parado e reunindo com seus amigos esperando pessoas virem até vocês não está certo. Não sejam timidos. E não queiram ser grandes entre vós, pois esta escrito: os primeiros serão os últimos.
Que Deus esteja com todos. E os abençoem nessa grande e interminável jornada.
Deem a palavra e pratiquem caridade também.
Fé sem obras é em vão.