quinta-feira, 18 de julho de 2013

Quem vê perigo no poder militar?


Há uns 6 anos, em minhas turmas de ciência política eu dizia: "hoje eu estou falando aqui livremente, daqui há um tempo talvez eu seja preso. A política tem seus ciclos". 
Há uns 2 anos, vendo os comentários conservadores no facebook (especialmente depois do episódio da PM invadir a USP, e os comentários eram contra os 'maconheiros' e não contra a ilegalidade dessa invasão) comecei a postar: "do jeito que a coisa vai, parece que a massa deseja um poder militar no Brasil"
Ai, ai... a ingenuidade nunca vê o ovo da serpente!
Nas últimas 3 décadas de abertura democrática conteve-se a pobreza com uma polícia discricionariamente assassina. Ou seja, uma democracia manchada do sangue dos pobres. A classe média silenciou (Hoje quando os protestos se tornam mais violentos a classe média reclama e deseja uma unidade mais pacífica. Não conseguem. E não veem que as contradições expressam a própria contradição social diante da qual silenciam por anos?)
A bandeira que se ergueu denunciando esse estado de coisas proclamava a necessidade do respeito aos direitos humanos. E, quantas vezes ouvimos repetidamente a classe conservadora fazer coro à ideia de que direito humano é desculpa para defender bandido, que tem mesmo é que bater, etc. 
Hoje, e talvez amanhã com mais intensidade, corremos todos o risco de ser alvo dessa mesma violência policial. Será que não veem?
Aliás, cresci com um medo inconsciente da polícia, quando devia ser o contrário (ver no policial aquele que me protege, como aquele tio fardado que parava o trânsito para as crianças atravessarem a rua na porta da escola). "Chame o ladrão", cantou Chico Buarque.
Até quando vamos dar poder a essas forças obscuras?
Quem comanda a PM?
Até quando vamos protelar a construção de um Estado que garanta direitos a todos?
Até quando vamos desacreditar desse ideal?
Até quando?
Eu creio na nova geração!

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