sábado, 25 de agosto de 2012

Infinito é Ser Humano




Hoje pela manhã, em nossa aula da Escola de Valores vivi um momento lindo que nos reforça a acreditar na singularidade humana, sempre rica de potenciais.
Praia do Flamengo, Rio de Janeiro. Ali, sob as arvores de um céu azul (foto), fazemos todos os sábados nosso encontro com crianças de 2 a 12 anos.
Minha turma é a dos mais velhos: de 10 a 12. Uma das meninas falta mais do que vai, é muito agressiva e tem dificuldade em se socializar. Talvez receba algum rótulo, nessa nossa atual moda "normalizadora" que confunde ciência com capacidade de dar nomes. Mas hoje ela nos surpreendeu.
Nossa aula era sobre a criação da vida humana. E escolhemos o belo e singelo livro "De onde vem os bebês", para iniciar nossa conversa. As crianças, cheias de conceitos errados, ainda não sabiam exatamente como se faz um bebê. E ali fomos percebendo a grandeza da fecundação, a importância da união, o amor.
Perguntei as crianças o nome de suas mães, e lembramos que um dos nossos meninos tinha perdido sua mãe há pouco tempo. Ainda machucado com a perda, tímido, lembramos que ela está viva do outro lado e que ele pode, se quiser, comunicar-se com ela.
Ao final da aula, depois de responder a todas as muitas perguntas, brincamos de pique-bandeira. Meninos contra meninas. A importância de vivenciar corporalmente, brincando, as diferenças dos sexos.
Após 7 partidas, nos reunimos para fazer a prece final.
Cada um foi falando algo com Jesus, à maneira infantil mesmo, bem espontânea.
E a minha "aluna-problema", disse ao menino recentemente órfão: "você poderia escrever para a sua mãe. Como num diário, você poderia escrever para ela, tenho certeza de que ela iria ler, já que ela está desencarnada."
Lindo, não?
Pois é.
Ao chegar em casa comecei a ver a vida de Joana d'Arc em filme (o clássico com Ingrid Bergman), e vi as pessoas zombando da jovem "louca" que ouvia vozes pedindo para ela salvar a França e expulsar os ingleses (guerra dos 100 anos).
E me emocionei em sentir como é bom que haja essas pessoas ditas diferentes (com rótulos acadêmicos ou não).
É dessas pessoas diferentes que surgem as ideias mais ricas de sensibilidade.
Eu amo ser professor.
Eu adoro as crianças e os jovens.
Eu amo poder ver um ser humano em sua singularidade e deixar que suas ideias floresçam.
Eu amo poder acreditar na riqueza do potencial de cada um.

sejam felizes!

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