Essa iniciativa visa arejar ideias, fazer pensar e co-criar caminhos. Percebendo a fecunda diversidade que há entre os voluntários, visa também conhecer um pouquinho os caminhos e pontos de vista de cada um. Ampliando a diversidade de visões, num projeto que, por natureza, tem se feito tão plural.
1) Quem é você? A proposta desta primeira questão é conhecê-la, expresse o que vive em sua alma, seus sonhos, sua trajetória, experiências, enfim o que desejar nos contar, combinado!
As vezes me sinto como o oceano, na maioria do tempo acho que
sou uma pequena onda.
Forte vocês começarem por essa pergunta, pois ela é a prática do
jñana yoga - o yoga do conhecimento da essência – que basicamente vai na raiz
dessa questão, como que descascando uma cebola e identificando (ou
desidentificando) as personagens, os papéis, trajetórias, hábitos e
personalidades. Ou seja, ao invés de falar aqui das minhas cascas, vou meditar
um pouco pra encontrar com que eu sou.
2) O que significa yoga? E de que forma o yoga chegou a sua vida e
permaneceu? Conte-nos quais foram as trilhas desta transformação pessoal?
Bom, pela definição do dicionário (Amara Kosha), yoga é sangati
(conectar: em última instância jivatma com paramatma); yoga é upayam (veículo:
que nos conduz de dukha a sukha); yoga é kavacam (proteção); yoga é dhyanam
(meditação);e yoga é yukti (consciência superior).
Não sei ao certo se teve um exato momento em que o yoga surgiu
na minha vida, me recordo de fragmentos. Me lembro de seguir algumas indicações
de um livro do Hermógenes. Não sei se antes ou depois disso, cursei a Formação
Holística de Base da Unipaz, e nela havia a orientação de fazer práticas de
exercícios, respiração e concentração todos os dias pela manhã. Eu criava minha
própria prática e ela parecia uma prática de yoga, descobri depois. Eu estudava
e trabalhava com música, então me afeiçoei imediatamente aos mantras, kirtans e
bhajans que me foram apresentados pela minha mestra das artes vocais, Alba
Lirio. Depois outras influências foram surgindo. Lembro que decidi me dedicar
ao estudo e ensino do yoga durante uma viagem à Chapada Diamantina - BA. Já
praticava a alguns anos sozinha e durante essa viagem conduzi algumas práticas
para meus amigos, e então decidi que faria aquilo.
Fica difícil falar sobre as trilhas de transformação pessoal,
pois não é muito linear, e quando olhamos para traz as memórias estão meio
embaralhadas, a cronologia sabe-se lá como. Mas me lembro de um grande
despertar, que me parece ter sido o começo da trilha, também durante uma viagem,
desta vez à Chapada dos Veadeiros – GO com dois amigos da faculdade. Pra
resumir, minha experiência sensível mais marcante durante essa viagem foi virar
a noite em silêncio olhando o céu. Estávamos jogando sinuca no único barzinho
do vilarejo e em determinado momento achamos que estava movimentado e iluminado
demais. Saímos caminhando pela estrada de terra, era lua nova, mas havia muita
luz… das estrelas! A luz das estrelas refletida numas pedras brancas criava uma
trilha muito convidativa. Seguimos, e quando já não havia nenhuma luz
artificial que atrapalhasse a luz natural, sentamos a observar o céu. Nunca
antes o universo tinha se despido pra nós daquela forma, nós três sentíamos e
víamos uma mesma coisa. No começo a cada estrela cadente que passava fazíamos
algum som de surpresa, eram tantas, tantas, tantas. Continuávamos estarrecidos
e o som se transformou numa respiração profunda que gerava um pequeno movimento
do tronco a cada vez que uma estrela bailava pra nós. Deitamos bem juntinhos um
do outro para ficarmos aquecidos. E ali ficamos tendo uma aula de consciência
universal, de dança cósmica, de pequenez e grandeza, do que é essencial ou não
na vida. As estrelas nos ensinavam enquanto permanecíamos em completo silêncio.
A manhã chegou, nos abraçamos agradecidos por tudo aquilo, e chamamos aquela
experiência de “centrinho do mundo”.
A partir daquela noite foi desencadeado um processo de
autoconhecimento, de busca pela essência. Eu decidi que nada iria me fazer
desistir de ser feliz, de buscar inteireza, de ser uma com o universo. E
acredito que essa firme decisão foi abrindo portas, janelas e trilhas para tudo
que veio e virá.
3) Na atualidade é possível observar diversas linhas do yoga,
compartilhe conosco sobre as semelhanças e distinções?
Eu vejo apenas duas “linhas”, o yoga para a saúde e o yoga para
a transcendência. O primeiro é o mais difundido hoje em dia, voltado para o
bem-estar físico, emocional e mental, para que o indivíduo viva melhor a sua
vida cotidiana. O segundo é o yoga que visa ir além desse nosso plano cotidiano
de experiências, que transcende sukha-dukha, vai além da personalidade.
4) Hoje qual a linha do yoga que você trabalha e se inspira como filosofia de vida e porque?
Me inspiro e busco para mim a
segunda “linha” que citei acima, mas obviamente faço uso e aproveito a primeira
“linha”, pois é através desse instrumento corpo-mente que posso trabalhar/viver
neste plano que estamos agora. Minhas inspirações principais são Sri
Ramakrishna, Sri Sarada Devi e Swami Vivekananda. Esses três mestres indianos
viveram (séc XIX, XX) yoga em tudo em suas vidas, em cada gesto, palavra ou
silêncio, e ensinaram que pessoas são mais importantes que métodos. Também
busco base na tradição de yoga de Tirumalai Krishnamacharya, um dos
representantes mais importantes do yoga como conhecemos hoje em dia.
5) Adoraríamos saber sobre sua trajetória de formação no yoga,
quais foram os cursos, vivências e até mesmo viagens que lhe proporcionaram
esta formação?
Estudei com meu primeiro professor
até que ele me disse: “você vai dar aula tal dia, tal horário”. Fiz dois cursos
de formação, não concluí nenhum. O primeiro eu chamaria mais de “deformação”,
pois tinha foco em tudo, técnicas, entulhamento de teorias, performances
físicas, mas não em ajudar o ser humano a se desfazer de seus obstáculos
internos e se tornar melhor para si e para o mundo. O segundo é o único curso
que recomendo atualmente no Brasil, que foi o da tradição de Krishnamacharya,
mas no meio do curso tive oportunidade de ir morar na India e nem pensei duas
vezes. Acredito que mais importante do que acumular cursos, vivências e
formações, é ter um professor ou professores que me acompanhem, que me conheçam,
com os quais eu desenvolva uma relação de confiança. Assim dá pra ir mais longe
e mais profundo, acredito.
6) Atualmente realizou alguma nova formação? Para o yoga assim como qualquer outra formação torna-se necessária atualização? Ou deveríamos compreender o yoga como uma filosofia de vida?
Tenho orientação
regular de três professores. Na minha opinião a prática e o estudo são
constantes pra quem quer levar o caminho do yoga a sério. Mas o caminhar é
pessoal, exclusivo de cada indivíduo.
7) Um dos grandes mestres do yoga no Brasil foi o Professor Hermogenes, gostaríamos que você dividisse conosco quais foram os mestres nacionais ou internacionais que lhe inspiraram a trajetória? Citamos o Professor Hermogenes como exemplo, caso tenha conhecido este mestre ou sua filosofia de vida e puder também compartilhar agradecemos! Ah! Conte-nos também quais as diferenças e semelhanças destes mestres que lhe influenciaram o caminho?
Acho que disse em alguma outra pergunta que comecei a praticar
através de um dos livros do Professor Hermógenes, mas meu contato com ele se
restringiu a isso e a algumas leituras. Sri Ramakrishna e Swami Vivekananda
entraram no meu caminho logo que comecei a praticar yoga, mas eu não tinha a
mente preparada para compreender seus ensinamentos com profundidade. Então,
ambos ficaram como uma referência longínqua durante algum tempo. Havia uma
identificação, mas que só foi encontrar campo fértil vários anos depois. Mais
tempo ainda levou para que eu pudesse começar a perceber a grandeza de Sri
Sarada Devi, minha maior fonte de inspiração atualmente. Aurobindo e Mira
Alfassa também me inspiraram algumas reflexões numa determinada época. E não
seria justo deixar de citar meus professores, que exerceram grande influência
no meu caminho. Cito-os em ordem de aparecimento em minha vida: Alba Lirio,
Swami Nirmalatmananda, Jorge Luis Knak, Pravrajika Vivekaprana e Diego Koury.
Sem eles provavelmente gastaria muito mais tempo batendo a cabeça e levando
tombo.
8) Yoga é uma filosofia de vida? De alguma forma possui uma direção espiritual ou religiosa? Yoga é uma atividade física? O yoga influencia em novos hábitos como alimentação e pensamento? E por fim se pudesse resumir yoga em única palavra qual seria e porque? Agradecemos!
Cada indivíduo vai definir
a extensão da importância do yoga em sua própria vida. Então, ele pode ou não
ser uma filosofia de vida para tal indivíduo, pode ou não influenciar novos
hábitos. Podemos ter uma relação superficial ou profunda com tudo em nossa
vida, não é mesmo? Com yoga não é diferente. Yoga é a melhor palavra para
resumir o que seja yoga. Lembra na questão 2 quando citei os significados dessa
palavra dados pelo dicionário? Imagino que os rishis (sábios antigos) devem ter
penado pra encontrar uma palavra que abarcasse tanto! Não acho que eu consiga
fazer melhor do que eles fizeram.
9) Quais orientações você transmitiria a uma pessoa que deseja iniciar os estudos e formação em yoga?
Pratique, encontre
um professor que possa te orientar e pratique. Reflita sobre o que está
praticando, reflita sobre sua vida, purifique sua mente e seu coração. Se
liberte dos certificados e dos prazos. Mergulhe na autodescoberta, se lá dentro
tiver um professor, ele virá à tona.
10) Ana, você conhece a Índia?
Sim, já fui à India. Dizer que a conheço aí talvez já seja
demais.
Compartilhe conosco sobre a cultura, como o
yoga e seus princípios atuam no dia a dia das pessoas localmente? Existe uma
aceitação maior para a desigualdade social?
Essas são perguntas bastante complexas, são várias culturas
entrelaçadas na India, várias correntes de pensamento. Se a gente parar pra
pensar, são milênios de culturas, filosofias e pensamentos, e parte disso
preservado nos nossos dias atuais. E essa pequena parte já é tanta coisa, tão
profunda e rica. Talvez isso já nos fale bastante da cultura, né? Há uma preservação,
um princípio de manutenção da cultura, do conhecimento, das tradições, ao mesmo
tempo que recebe o novo e o diferente. Sempre penso que lá nada deixa de
existir pra surgir algo novo, só vai acumulando e sobrepondo e dialogando ou
não (creio que o não-diálogo é também uma forma de diálogo). Não pesquisei a
influência do yoga na vida dos indianos e suas sociedades.
Qual a diferença entre aceitar e acomodar-se baseada na filosofia
do yoga?
Tem um amigo que diz que “se é um
problema, tem uma solução; se não tem solução, não é um problema, é uma
característica”. Acho que podemos pensar por aí pra responder sua questão. O
que puder fazer para contribuir para si mesmo e para o mundo, faça. Não podendo
fazer nada, o melhor é não atrapalhar. O que não tem jeito mesmo de fazer algo,
melhor aceitar do que ficar se debatendo ainda por cima. Mas não creio que haja
um entendimento único no yoga do que seja aceitação ou acomodação. Sempre vai
depender de quem, quando e em que circunstâncias.
12) Qual seria o propósito maior do yoga entre as
civilizações e suas transformações sociais e individuais?
Não conheço referências que apontem o yoga
como uma metodologia voltada para transformações sociais na sua origem. É um darshana,
uma forma de compreender as experiências do indivíduo nos mundos externo e
interno. Seu propósito é aproximar o indivíduo de sua verdadeira natureza, de
sua essência. Naturalmente essa busca e realização geram impactos no entorno ou
até além dele. Temos os exemplos de grandes mestres que fizeram isso, que
geraram revoluções a partir de sua realização pessoal. Mas repare nas histórias
deles (Buddha, Gandhi, Vivekananda, Nivedita, Aurobindo entre outros) que em
primeiro lugar teve de haver um caminho de des-coberta pessoal, que depois
desabrochou numa generosa contribuição para a humanidade.
13) Ao direcionarmos a filosofia para o Brasil do que se
diferencia e ou associa da Índia em seus princípios, cultura local e
desigualdade social?
Não sei se
compreendi essa pergunta.
Na
Índia, por exemplo, existem pessoas em situação de rua como em nosso país?
Sim, existem muitas pessoas em situação de
rua. E muitos saddhus também, monges itnerantes que sobrevivem de doações de
alimentos, roupa e etc, conforme a tradição monástica antiga.
14) Em nosso país cresce anualmente a população em
situação de rua, entretanto, pouco se faz para mudar esta realidade. Porém no
Rio de Janeiro o Projeto Yoga de Rua tem se tornado um divisor na vida de
muitas pessoas em situação de Rua e você é uma dessas pessoas especiais! Conte-nos
por gentileza de que forma o convite do Projeto chegou ao seu coração e quais
são as ações que você tem realizado e a quanto tempo?
Conheci o Yoga de Rua no ano passado através das redes
sociais. Comecei a acompanhar os relatos das práticas e as entrevistas
publicadas, me tocaram a beleza e espontaneidade com que o projeto acontece.
Algum tempo depois, um voluntário me escreveu com o convite de ir um dia dar
uma aula e fui.
Quais foram as
motivações para atuar no projeto Yoga de Rua como voluntária?
Há tempos me perguntava sobre como me
aproximar das pessoas em situação de rua. Não me sentia bem apenas passando
pelas pessoas cotidianamente, passando na “casa” delas, sem estabelecer
qualquer tipo de comunicação. Mas também sou um bocado tímida e sem jeito e não
fazia ideia de como me aproximar. Aí o projeto me colocou diante de uma
oportunidade que tem como linguagem, como forma de se comunicar o yoga. Pensei,
ufa! Assim de repente fica mais fácil pra mim. Ficou mais fácil coisa nenhuma
(rs)! Mas abriu um caminho e um campo de trabalho interno e externo muito
bonito e verdadeiramente feito com o coração.
15) Hoje o projeto Yoga de Rua possui outros educadores voluntários? Estes
educadores possuem diferentes linhas do yoga? Se positivo como é conviver com esta
equipe na condução do yoga para os moradores em situação de rua?
Sabe que o Yoga de Rua é tão aberto,
dinâmico e espontâneo que nem sei quantos professores-voluntários temos no
momento!? Acho que algo em torno de 12 professores, 5 cozinheiras e mais alguns
amigos que contribuem no suporte presencial e online, que ajudam as cozinheiras
no preparo e transporte do alimento, na lavagem dos tapetinhos de prática, na
realização do nosso site (que já vem por aí!) e etc.
Quanto aos professores, cada um tem uma formação e um
percurso próprios. Cada um contribui de acordo com seu processo pessoal e
aquilo que observa na relação com as turmas. Também conversamos regularmente
sobre as questões que surgem no desenrolar dos encontros. Essa troca tem sido
muito rica para todos nós. Falo por todos nós nesse momento, pois é o que surge
em nossas conversas. Tanto participantes quanto voluntários tem vivido
processos intensos de descoberta, experiências, reflexões e crescimento, e nos
damos suporte mútuo quando necessário.
16) O projeto atualmente possui diversos dias, horários e locais para a prática
de yoga nas ruas, conte-nos por favor como são os trabalhos das equipes de
voluntários e de que forma vocês se organizam internamente?
Atualmente o Yoga de Rua acontece às segundas, quartas e
quintas das 10h às 11h30, seguido de um almoço vegetariano. Segunda é no Aterro
do Flamengo (posto 2), quarta no Parque Guinle - Laranjeiras e quinta na Praça
Paris – Glória. Para cada dia da semana temos um coordenador que agiliza as necessidades
do dia e se comunica com os demais contribuidores daquele dia. Mas nada é
rígido, esse formato apenas tem facilitado a organização. E assim temos feito:
se precisa colocar mais ordem pra facilitar o processo, utilizamos métodos; se
o excesso de ordem está bloqueando os processos mais profundos e espontâneos
prioritários, aí basta jogar a estrutura fora e fazer outras escolhas em grupo.
Bom, assim é como eu percebo. Acho que cada voluntário vai perceber nossa
organização de maneira diferente, e está tudo bem!
Além das aulas regulares, temos participado de eventos
extras como visitas a escolas de ensino fundamental, eventos em comunidades e
etc. Recentemente nossas cozinheiras participaram como chefs no Gastromotiva e
na semana que vem estaremos em parceria com o Dois pães e um pingado na Virada
Sustentável.
17) Os alunos praticantes de yoga em sua grande maioria pessoas em situação de
rua?
Sim, o projeto tem as
pessoas em situação de rua e a prática de yoga como centro. Mas temos diversos
participantes e visitantes que não vivem na rua. É muito positiva essa
interação entre 'pessoas de rua' e 'pessoas de apartamento'. Todos se nutrem de
humanidade e respeito mútuo nesse encontro.
18) De que forma acontece a receptividade destes alunos com a prática do yoga e
quais as transformações pessoais na vida de cada aluno que você acompanha?
Existem evoluções? Quais?
Imagino
que cada um recebe o trabalho de sua própria maneira. Vai ser sempre assim, o
processo do yoga é tão pessoal, que é melhor deixar os prazos e expectativas de
lado e degustar o processo. Mas as turmas em geral recebem muito bem as
práticas, as conversas filosófico-sociais que temos volta e meia, as
participações musicais que por vezes aparecem. Tudo isso é muito bem-vindo por
quem se aproxima desse grupo. Depois de um tempo no grupo, uma família vai se
formando, eles mesmos que nos dizem. Alguns comentam de mudança de
temperamento, de forma de se comunicar com as pessoas e ver o mundo. Já
soubemos de alunos que conseguiram se reaproximar da família e voltar pra casa.
Um senhor relatou que abriu um espaço no seu coração durante uma prática e ele
sentiu alívio e perdão e ia procurar a família. Alguns dizem que se sentem
acolhidos e parte da sociedade por serem “tratados como iguais no grupo do yoga”.
São tantos relatos lindos! Pois a prática nossa com eles é essa mesmo, através
da metodologia yogi ir se tornando mais consciente de si mesmo, clareando
gradualmente a mente e podendo fazer escolhas mais conscientes. É claro que não
tem ninguém aqui dizendo que esse processo é simples, rápido e fácil. Mas mesmo
num nível menos profundo, esse trabalho tem trazido mais saúde, disposição e
integração aos participantes.
19) O que é karma segundo a filosofia da Índia e quais as influências no yoga?
Como entender este princípio sem que nos inclinássemos para a religião? De
alguma forma este e outros princípios também são estudados junto ao alunos?
Karma significa ação. No nosso plano de
experiências existe uma lei que é a de causa-efeito. Não é algo muito difícil
de entender, basta olhar para a natureza e para nossas experiências cotidianas
pra ver essa lei em tudo. Isso é karma. Da mesma maneira que podemos observar a
atuação dessa lei no mundo externo, podemos observá-la no mundo interno. Então,
minhas ações físicas ou mentais, vão gerar registros em mim, a soma e
intensidade desses registros vão alimentar meus hábitos e consequentemente
minha personalidade. Tudo neste plano é karma, tudo neste plano gera karma.
Podemos apenas olhar pra isso e fazer nossas opções de quais sementes queremos
ou não regar no nosso jardim. É apenas isso, é um convite para estar atento.
20) Quais são seus sonhos junto a equipe do
projeto Yoga de Rua?
Meu único sonho agora é que o projeto continue caminhando com
harmonia, amizade e amor.
21) O que
você deseja para os alunos e o que espera que alcancem com a prática do yoga?
O mesmo que desejo pra mim
mesma quando me dedico à prática: clareza, perseverança e amor.
22) Como
você vê o futuro do Yoga de Rua daqui a 5 anos?
Não tenho a menor ideia.
23) Com o objetivo de inspirarmos outros projetos de yoga nas ruas de todo o
Brasil qual a mensagem que você deixaria para as pessoas que desejam
potencializar propósitos para um mundo melhor em sociedade?
Faça aquilo que de melhor pode fazer dentro
das suas possibilidades com amor. Não espere nada em retorno. Essa é a essência
do Karma Yoga.
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