sábado, 13 de janeiro de 2018

Existe vida após o Casamento (Partilhando uma experiência pessoal)



Já fazia um tempo que eu estava com vontade de escrever algumas reflexões sobre a delicada questão do fim de um casamento e, nesses dias, encontrei-me com um casal de amigos que estavam expondo, na mesa do almoço, a crise que eles estão passando (e não é a primeira). Então depois da conversa falei pra mim mesmo: vou escrever!

Pretendo fazer reflexões sobre a vida de relação, o que se passa no casamento e o que pode acontecer com as pessoas em casos de divórcio. E pretendo também contar um pouco da minha experiência, porque no fundo no fundo, acredito que a gente estuda, observa, pesquisa as relações, ouve as histórias dos amigos, mas na verdade a gente só pode falar a partir do que viveu. Então tudo o que eu vou falar aqui, reflete meus processos, tem esse filtro: a minha própria experiencia. E que fique claro que se trata da minha leitura do passado a partir do momento atual. Se eu fosse escrever ontem seria outra leitura. Se eu escrever amanhã será outra. Que fique claro, então, que existem infinitos passados, infinitas as possibilidade de dar significado às coisas que acontecem na vida da gente.

A conversa com o casal de amigos foi durante um almoço. Papo vai, papo vem eles começam a falar dos processos deles. De como se relacionar tem suas complexidades no encontro dos padrões de um e de outro. E de como, na junção, acabam acontecendo brigas, perda de desejo, irritação de quem convive cotidianamente um com o outro. Entre eles há diálogo, verdade, carinho e compreensão mútuas (quando a luz está brilhando), todos os requisitos básicos de quem está (como todos nós) aprendendo a se relacionar e investindo na relação como processo de crescimento pessoal. Mas igualmente têm suas sombras e aí as brigas, a irritação, a perda de vontade de estar junto. Surgem dúvidas, projetos pessoais não realizados, o que o outro vai pensar se eu fizer essa viagem sozinho? Coisas assim, muito comuns em muitas relações. Coisas que se passam com todo mundo.

Ambos partilham esse ideal: de que estamos na vida para alcançar um nível de autorrealização e o caminho tem a ver com olhar para si mesmo, e as relações podem ajudar porque, em intimidade, vamos vendo quem somos sem véus. E, claro, nesse meio de jornada vivem essas fases mais ou menos longas de crise. E as pessoas sempre se perguntam nas crises: será que é hora de terminar? Ou essa vontade de me separar tem origem no sentimento de fuga de mim mesmo?

Crises a gente vive nos casamentos e fora deles. É parte do caminho humano.

Mas eu sei que lá pelas tantas, enquanto eu os ouvia, me lembrava da terapia do Victor Frankl, o psicólogo que criou as bases da logoterapia (terapia do sentido de vida) na situação extrema de um campo de concentração. Era comum em seu consultório, quando a pessoa contava para ele suas questões, ele perguntar: "me diga, por que você ainda não se matou?" Sim, uma pergunta extrema e, aparentemente de pouco tato. Na verdade ele queria que a pessoa percebesse o que é que dava sentido para a vida dela. Um filho, a realização de um trabalho, um senso de dever, algo que lhe dava sentido para viver.

Então eu pedi a palavra, falei do Frankl para eles e perguntei: "no caso de vocês, porque vocês não se separaram ainda?"

Qual o sentido de se estar juntos?

Ambos têm feito um trabalho de autoconhecimento e partem do princípio de que se separar não é solução para suas transformações pessoais. Atualmente vai ficando sabido que depois que você se separa, se você não faz as transformações internas, vai encontrar lá na frente uma outra pessoa que vai te colocar diante das mesmas questões. Então separação não é solução. A transformação pessoal é que é o caminho. E as questões da relação são bons motivos pra gente se olhar no espelho e ver o que precisa ser transformado.

A conversa terminou e eu fiquei pensando, pensando...

Às vezes um casal chega a um limite. Já não estão crescendo juntos. Já criaram raízes de sofrimento demais, e mesmo que façam suas autodescobertas, pode ser uma boa oportunidade começar algo do zero. Desde que façam, de fato, essas transformações. Às vezes acontece de um estar num processo de transformação e o outro não. As frequências ficam muito diferentes. A separação pode ser um bom caminho, quando se está sofrendo demais junto. Então é preciso avaliar se não tem um peso da cultura que herdamos que olhava o divórcio com um certo tabu. O casamento que era para ajudar a evoluir, está atrasando o caminho dos dois. Juntos, estão se afundando em processos de mais dor.

Cada caso é um caso.
Perceber que um ciclo se encerrou e se separar é sábio. Mas a durabilidade das relações é que as aprofunda. Permanecer juntos é sábio também.
Cada um vai ter que olhar pra si, em profundidade. Terapias, terapias, terapias.

Vou contar (um pouco) do que eu vivi.

Meu primeiro casamento foi muito bom. Fui muito feliz. Percebo que cresci muito como pessoa. Aprendi o amor, o cuidado com o outro, o respeito e a compreensão, no convívio, com o jeito do outro, as necessidades do outro. Desfrutamos do prazer que é estar junto, a cumplicidade, a parceira, os carinhos, amar e ser amado. Aprendemos a dialogar muito e a resolver nossas crises juntos (não íamos dormir sem resolver nossas questões), fazíamos rituais de diálogo em torno de uma flor para ter as necessárias DRs, discutir a relação. Depois de 12 anos juntos, entramos numa crise que fomos tentando resolver, curar, mas nada resolvia.

É difícil explicar as causas das crises. Mas eu posso falar por mim que havia muita confusão na minha escuta dos meus desejos e anseios. É a confusão eu-outro. Eu não sabia bem diferenciar o que eu queria daquilo que eu só queria porque era o querer do outro. Ou ainda: o que eu supunha ser o querer do outro. Isso é a desgraça de qualquer relação humana. Você não sabe o que quer; de tão desconectado que você está de si mesmo. Isso é comum. E se intensifica nas relações mais íntimas. Então sim, havia coisas a seres escutadas, por exemplo o tal desejo de viajar que eu não realizava "por causa" dela. Boa mentira que eu contava pra mim mesmo. A atração proibida por outras pessoas, que eu não contava pra ela. Nessa confusão de sentimentos eu comecei a ver nela, a causa da minha prisão. E isso provocou um tremendo mal estar. Lembro de um dia ir deitar na cama e sentir ódio. Opa! Isso não está legal, pensei. Hoje eu vejo que pra tudo isso tem cura. Mas na época eu precisava passar por uns processos pra entender tudo isso, para estar à vontade com meus sentimentos, para ser eu mesmo, me conectar comigo. Ou seja, a relação chegou num nível que eu já tinha evoluído muito... mas o tanto que eu ainda precisava aprender... só passando por uma ruptura.

Foi aí que ela, dentro dos processos dela que só ela vai saber contar, pediu pra se separar.

Foi duro. Sempre é. Como disse minha psicanalista na época: "não há separação sem dor, como não há encontro sem ansiedade." Mas sempre tem dois lados. Um misto da dor do abandono, com a sensação de liberdade e o alívio por ter terminado um período que realmente não estava bom.

Fizemos uma separação em paz, amigável. No início a gente saía para tomar um café e ouvir como estava sendo para o outro.  Era um gesto de cuidado com o outro. Isso foi proposto por ela e foi muito bom para mim. Ela estava irredutível a qualquer tentativa de volta, ao mesmo tempo estava de coração aberto para cuidar dos sentimentos da gente. Muito sábia. Depois se tornou psicóloga e tem cuidado dos sentimentos de tanta gente!

Eu fui buscar meu caminho, compreender, ressignificar o que eu estava vivendo e encontrar novos rumos. Juntos frequentávamos o centro espírita. Conheci Kardec através dela e lá fiquei. Foi meu início de caminhada espiritual. Então quando relatei no centro que frequentávamos sobre a nossa separação a reação foi de tristeza. Entendi que lá o pessoal via a nossa separação como uma espécie de derrota. E a proposta tácita do grupo era de que nos reconciliássemos, que fizéssemos orações para esse reencontro.

Sim, nosso encontro nessa vida foi muito divino. Era muito bonito para as pessoas nos verem juntos. Onde há amor... há também essa expectativa de que vai ser pra sempre.

Bom, o fato é que não fiquei muito satisfeito com a abordagem do pessoal lá. Eu não estava nos vendo como derrotados. Então fui num outro centro que nos era também muito querido. Ele é todo organizado por psicólogos, fazia estudos de autoconhecimento. Então fui lá num domingo à noite porque sabia que era a reunião da coordenação. Eu me sentia querido por eles também. E queria ouvir a perspectiva deles. Quando eu falei, ainda com a dor embargada na garganta, "nos separamos", a reação foi completamente outra Foi uma espécie de celebração misturada com acolhimento, todos se levantaram para me abraçar com uma certa alegria dizendo: "êêê, agora vocês vão passar por uma etapa de muito crescimento". Estavam celebrando não o fim, mas o começo de uma nova etapa. E claro podiam compreender a minha dor, mas com uma outra perspectiva. Encontrei ali pessoas que já tinham vivido o que eu vivi, e que estavam felizes com o desfecho de suas próprias histórias: um olhar mais maduro sobre a biografia humana.

Fui também ver uma senhora, muito querida nossa. Uma pessoa de muito amor, que também trabalhava num centro espírita, e era conhecida por seu amor incondicional e por sua mediunidade. Encontrei com ela no corredor e contei da nossa separação. Ela parou, respirou, fechou um pouco os olhos e então olhou pra mim e falou, fazendo um gesto com as mãos. "Vocês estavam aqui." E erguendo os braços, como indicando a subida de um degrau. "Vocês precisam passar por isso para chegarem aqui. Depois vocês se reencontram, num outro nível."

Suas palavras, sua vibração, sua presença, foi muito confortadora. Me deixou diante de um novo horizonte.

E ela tinha razão.

Passei dois anos sozinho. Eu senti que precisava olhar para a forma como eu me relacionava. As questões da sexualidade que ainda existiam como certos fantasmas para mim. Tentei sair com umas mulheres e foi um fracasso. Fracasso sexual, fracasso emocional. Frustração, aprisionamento.

Nessa época um amigo me convidou e fui conhecer uma abordagem terapêutica a partir do corpo. E meus dois anos solteiro foram vividos fazendo práticas com esse centro de terapia corporal que tem a ousadia de fazer trabalhos envolvendo a sexualidade. Não é sexo. Mas é um trabalho sobre a sexualidade. É difícil explicar. Mas para dar um exemplo, havia processos que você ficava sentado em meditação, só que ao invés de ficar de olhos fechados, você ficava de olhos abertos. E na sua frente ficava uma pessoa também sentada, e os dois se olhando nos olhos. Não era flerte. Era a possibilidade de se concentrar, de ver o que acontece dentro, quando se está diante do outro. E as vezes esse era um trabalho feito sem roupa! A gente não se tocava, só se olhava. Então aprendi a observar o fluxo da mente. Primeiro vem a vergonha e um turbilhão de pensamentos (o que essa pessoa está vendo em mim? isso é certo? o que estou fazendo aqui?...). Depois vem o encanto (todo ser humano, quando você contempla por um tempo, é incrivelmente belo). Depois vêm as cargas de desejo. Só que ao não realizar o desejo e permanecer no processo, surgem outras coisas. O outro aparece na sua frente com as profundas emoções humanas temor, beleza, raiva, alegria, compaixão... uma viagem através das emoções, o outro sendo espelho para você. Ambos aprendendo a se vulnerabilizar na frente de um outro ser humano. Poder se emocionar na frente do outro. E então aprendi a observar a energia do corpo. E é muita energia! Quando há liberação do corpo você experimenta uma vitalidade impressionante. E depois de navegar por tantas emoções, revisitar conteúdos armazenados na sua história de vida, cada um fechava os olhos e se deitava no seu canto para relaxar. Ao final, um sentimento de integração, de aceitação de si, e o começo de um trabalho de transcender os apegos e vícios sexuais e todas as questões emocionais que trazemos marcadas em nossa história. Uma terapêutica que é uma verdadeira escola de sexualidade e transcendência. A busca de todas as escolas espirituais: tornar-se o senhor de si, de suas forças, ao invés de ser dominado por suas fragilidades.

O tempo passou com intensos trabalhos sobre mim mesmo. Esse foi um exemplo de exercício feito lá. Foram diversos. Um caminho de autodescoberta e de potencialização de si. Tudo acompanhado também com as sessões de análise.

Um dos frutos que alcancei foi a felicidade de estar sozinho. Passar a não precisar do outro.

Só que o que acontece é que quando você está bem consigo mesmo, se ainda tem alguma história pra você viver em relação, a pessoa perfeita aparece na sua vida. Isso é uma lei. A gente atrai e é atraído pela pessoa perfeita. Se você está em sofrimento, vai aparecer alguém que vai alimentar o seu sofrimento. Se você está bem, vai aparecer alguém que vai ser seu parceiro de jornada. E foi assim que aconteceu comigo.

Assim apareceu minha atual companheira. Minha vida de relação com o feminino recomeçou. Parceiros, intensos, felizes juntos... aos 3 meses parecia que estávamos há 3 anos de profundidade e de intimidade. Já temos 30 anos juntos?, brincávamos, tamanha a nossa sintonia. E aconteceu uma coisa extraordinária. Comecei pela primeira vez na vida a desejar ter um filho com ela. Era um desejo que não vinha da mente, nada de planejamento, era algo que vinha de dentro, do instinto. Li depois o Schopenhauer dizer que esse é um desejo da espécie, algo realmente do irracional. Com minha atual companheira houve uma conexão com esses processos mais profundos da terra, estávamos ambos nesse outro nível de escuta interna. E nesse caminho de acreditar no que virá, confiando nessa voz vinda das entranhas. E então lá pelo oitavo mês, engravidamos. Alegria! Sentimos que esse bebê era fruto do amor. Foi um transbordamento do nosso amor. Que é como sempre vai ser num futuro feliz da humanidade.

E agora que sou pai, a vida tem todas as emoções intensas que envolve esse novo amor. Que outro ser eu me tornei?! Não podia imaginar. Parece, realmente, que a vida que tive antes, foi uma outra vida, um passado muito remoto. A vida a dois também passa pelas crises. E estamos hoje numa fase bonita, superamos um onda, sabemos que virão outras... Mas o importante não é se estamos juntos ou não. Porque senão estaríamos ainda orbitando em torno do velho tabu e vamos achando que a separação é sempre uma derrota. O importante é a conexão com seu centro. E vai ficando claro quando você se desconecta.

Pra quem olha pra si, tudo que acontece é oportunidade de aprendizado.

O desenvolvimento humano aqui nessa breve vida (apenas uma bolha no rio, que num instante se cria e num outro se desfaz) precisa ser exponencial. Não podemos perder tempo.

Então, olho pra trás e lembro do dia que a minha primeira mulher disse que havia decidido se separar. Então olho pra todos os frutos que essa decisão trouxe pra minha vida. Pra quem eu pude me tornar. E para a vida que tenho hoje com minha companheira e nossa filha... e só tenho a agradecer.

E é isso que eu faço quando eu e minha primeira mulher nos reencontramos pra tomar um café e falar da vida. E ajudar um ao outro e torcer para que o outro seja feliz e complete seu processo de integração.

Sim, existe vida feliz após o casamento.

Estou escrevendo isso para partilhar.

Esse é o valor da partilha. Você simplesmente falar de você. E ao falar você mesmo se escuta melhor. E isso pode impactar no outro sem você ter pretensão de dar conselhos. Mas... uma partilha enriquece quem ouve... abre portas internas. Então é como o ritual dos nativos americanos: o bastão da fala. Enquanto eu seguro o bastão eu falo daquilo que está verdadeiro para mim, aquilo que vem do coração.

Não quero mesmo que você saia do seu casamento e vá fazer o mesmo caminho que eu fiz.
Nem quero que esse texto seja um manifesto em favor do divórcio. Não é isso.
É só um jeito possível de olhar as coisas.
Eu acho que só uma coisa é necessária nisso tudo que chamamos problemas da vida.

O trabalho interior.

Um trabalho sério de encarar a si mesmo. De iluminar, através da simples observação, as sombras de dentro. De ver também e potencializar as luzes de dentro. E acreditar em si. Um trabalho gradativo de descascar ilusões, que a medida que você descasca, sua vida dá um salto e você se depara com outros desafios e tem a oportunidade de ver cascas mais profundas, sombras mais escuras, e luzes mais brilhantes... indo para o centro.

É um processo gradativo de autoconhecimento. De alinhamento com a escuta dos seus desejos (eu digo escuta porque não é possível realizar todos), a coerência com o que você veio fazer no mundo e aonde você quer chegar e as suas possibilidades de se entregar numa relação e amar o outro, nisso que é um exercício para uma entrega ainda maior, um amor ainda maior, a um Ser ainda maior.

É uma expansão de consciência, de sabedoria.  Hoje vejo nossa filhinha num processo gradativo de desmame. Mamar é a maior fonte de prazer e conforto de um bebê. E aos pouco o que está acontecendo? Ela diz que quer mamar, e chora, mas na verdade ela já não está se contentando, na verdade ela quer um outra coisa. Só que ela não sabe ainda o quê. O peito da mãe é o conhecido. Então ela diz que quer o peito. Só que ela quer algo mais. E o processo dela é viver até encontrar esse algo que possa saciar seu querer. E assim a vida está só começando até chegar na idade que eu estou e você está. A gente quer algo mais, mas não sabe exatamente o que é. Então a gente pensa que é isso que está na nossa mão. Só que não é bem isso. Não é o bastante. Por isso a vida é um mistério, uma jornada em busca do desconhecido. O que saciará minha filha além do peito? O que saciará você, além disso que já não está te satisfazendo? Essa resposta não pode vir da mente porque a mente só pensa o que é conhecido. Você precisa se lançar no desconhecido que é viver. E nesse processo você precisa ouvir o Espírito.

Faça seu trabalho interior.
O resto vem por conta própria.

Isso que o meu Mestre falava quando dizia: busca primeiro o Reino de Deus e todo o resto vem por acréscimo.
Isso que minha psicanalista falava quando meus trabalhos prosperavam de um jeito suave e a vida sorria para mim e tudo dava certo. Ela dizia: "eles acham que você tem sorte. Mas eles não sabem o trabalho que dá." O trabalho interior é trabalhoso sim. Mas é o único trabalho real.

Termino esse texto presenteando os leitores com as palavras inspiradoras de um dos meus atuais mestres do yoga, essa disciplina (sim, gosto de ter disciplinas) na qual venho me aprofundando em busca da unidade por trás desse mundo dual.

“O mundo não é bom nem mau; cada homem constrói seu próprio mundo. Aquele que não enxerga pensa num mundo duro ou macio, frio ou quente. Somos uma mistura de felicidade e sofrimento, como já tivemos ocasião de comprovar centenas de vezes em nossa vida. Em geral os jovens são otimistas e os velhos, pessimistas. Os jovens têm a vida diante de si, os velhos queixam-se de que seu tempo já passou; centenas de desejos insatisfeitos debatem-se em seus corações. Contudo ambos são tolos. A vida é boa ou má de acordo com o estado de espírito com que a contemplamos. Em si mesma, não é nada. O fogo, em si mesmo, não é bom nem mau. Quando somos aquecidos por ele, dizemos: “Como é lindo o fogo!”Ao queimar-nos os dedos, nós o condenamos. De acordo com o uso que fazemos dele, ele nos causa uma sensação boa ou má. O mesmo se dá com o mundo.”
Swami Vivekananda

Eu sou André e assim falei. Hey!