segunda-feira, 14 de abril de 2014
Eu te ofereci a flor mais perfumada do meu jardim
Não a quiseste
Eu derramei meu rio de lágrimas represado pela força do tempo
Tu nem percebeste
Dei-te o vinho das minhas melhores uvas colhidas no frio do outono
Não o aceitaste.
Convidei-te a dançar junto a chama ardente da fogueira de minha paixão
Preferiste o frio do teu inverno sem vida.
Meu amor não realizado é o dom imortal de cantar a dor do mundo.
Declarei meu amor a uma estátua fria
Abri o peito mostrando-te toda a minha celebração
E teu riso se converteu na taça amarga de um pobre desencanto.
Agora, parto à procura do rio do esquecimento
Devo cruzar a ponte e subir ao mais alto
Contemplar mais um crepúsculo de minha solidão.
Deixo-te esses pedaços de mim
Para a tua coleção de amores vazios
Guardados no teu armário velho e sem cor
Para que no momento de tua morte
Possas sentir a dor de não ter vivido.
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