Cena 1 - Supermercado.
Uma cliente chega no caixa com um saco plástico contendo dois frangos.
A funcionária estranha que o saco está aberto, quando é o procedimento do funcionário que pesa dar um nó em todos os sacos que ele pesa.
Ela fala: "Um quilo e meio? Parece mais pesado."
A cliente responde, já ofendida: "Quer que pese de novo?"
A caixa responde: "Não. É que o saco está aberto. E eles mandam pesar de novo."
A cliente ainda ofendida: "Se quiser pode pesar". E completa: "está desconfiando de mim..."
"Não, não. Não estou desconfiando."
A cliente, tentando desfazer o mal estar, busca empatia: "Eu sei como é, já fui caixa, tem dias que só Jesus. Sobra tudo pra gente."
A caixa recebeu o dinheiro, deu o troco. A cliente saiu. A caixa ficou resmungando, algo da conduta deselegante da moça, seu jeito de falar, etc. Ou seja, estava desconfiando, mas mentiu.
O mal estar se propagou. O próximo cliente tentou dar lições, explicando como ela devia ter feito para evitar esse estresse. A outra cliente que vinha mais atrás também completou dizendo: "eu não me estresso". O homem ainda falou: "mentira, todo mundo nesse mundo se estressa". Ao que a outra já disse ofendida: "se você acha que eu estou mentindo..."
E assim, a segunda feira começou difícil para quatro pessoas que vão repassando esse estado de mau humor e desequilíbrio para mais gente.
É a sociedade do estresse.
Fico me perguntando: como isso poderia ser evitado?
Jesus ensinou: "seja o seu falar sim, sim, não não."
Ele está falando da assertividade.
Quando algo precisa se dito, ou feito, e deixamos de lado, com medo de enfrentar o outro, acaba que geramos mais mal estar do que se tivéssemos feito o que deve ser feito.
Para muita gente, dizer "não" é mais difícil do que dizer "sim".
Mas ser bonzinho nunca é a solução.
Uma coisa é ter bondade. Outra é fica tentando evitar conflitos por meio de pequenas mentiras.
Como poderia ter feito de forma diferente?
Cena 2 - Agindo com assertividade
A caixa pega a compra, o saco aberto, com dois frangos. Antes de falar de sua desconfiança, antes de insinuar qualquer coisa; antes de se colocar num labirinto sem saída de emoções aflitivas, ela fala, olhando nos olhos, com educação e simpatia:
- Senhora, me desculpe. O saco está aberto. É a regra, aqui do supermercado onde trabalho, que a gente pese de novo e dê o nó no saco.
A moça pode até ficar com raiva.
Pega-se o saco e leva para pesar.
E ainda pode comentar se quiser:
- Isso é bom para o que o funcionário que pesa não se esqueça das próximas vezes. E, de novo, pode sorrir.
Resultado: o problema é estancado na raiz.
Não tem disse-me-disse. Não tem palavras ditas às escondidas. Ninguém mentiu. Não tem comentários pelas costas.
Assertividade trabalha junto com sinceridade e comunicação límpida, sem ofender a ninguém.
Mesmo no pior dos casos. Digamos que uma pessoa tem o hábito de roubar. Não é fazendo insinuações que vamos evitar que ela roube, nem corrigi-la desse defeito. Mas podemos, com assertividade, evocando uma regra maior (um procedimento do local de trabalho), evitar que ela roube, evitar que o supermercado ou um dos seus funcionários tenha prejuízo, evitar o mal estar. E todos saem felizes. Ou, ao menos, voltam a serenidade de forma mais rápida do que no caso em que vimos.
E todos seguem o ensinamento simples de Jesus.
Que todos tenham paz.
Que todos possam ser felizes e viver em harmonia.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
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