Pensei em você com todo o meu coração.
Com a ajuda de meu mestre fui até sua presença.
Sentado, silenciei em sua presença.
Você foi ficando grande grande grande.
E eu na sua frente bem pequeno. E você imenso. Será que é assim que os filhos veem os pais?
Olhei pro alto e só me restou abrir os braços a sua altura.
Abracei a grandeza. Tomei um gole do infinito.
Até que me vi dentro de você.
Você é tudo em volta de mim. O meu quarto, o meu salão (as paredes a minha volta são seus braços, a luz aqui dentro é a sua cor). A minha árvore, o meu bosque de meditação. Será que conseguirei viver assim, em você?
Então com o conselho de meu mestre parei e silenciei novamente. Tudo isso vai passar. Não é isso também impermanente? Voltei meus olhos para dentro com serenidade.
E lá em meu centro estava você. Um pontinho. Pequeno pequeno pequeno. Bem pequeno era você. Você dentro de mim. E cada célula cada partícula era você.
Tudo dentro era você, como a corrente, como o pulsar, percorrendo todo o meu corpo. Você em tudo que existe em mim. O mais íntimo.
Tudo: fora e dentro.
O infinito e o ínfimo.
Você você você.
A contiguidade das coisas.
Todos um.
Que mistério esse seu nome! Que mistério essa sua imagem que me preenche me permeia e me envolve!
Niterói 16/10/2021
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