Com um pequeno fósforo o papel inteiro é queimado.
A fogueira acende.
Uma floresta inteira é incendiada.
O incêndio começou.
Tudo está tomado pelas chamas.
Não restará uma só espécie viva.
Tu me deste o fósforo.
E o riscaste com o poder de uma simples palavra.
Foi a semente deste incêndio devastador.
Tu, que vestes a roupa cor de fogo. E em cujos olhos brilha a luz da lua. Teu sorriso um dia desarmou minhas defesas e a terrível destruição agora começou.
Minha floresta de pecados está em chamas, qual a sarça de Moisés.
Tem fogo em todas as coisas.
Do ardor de cada lenho escorre uma seiva refrescante que deságua em um rio no centro e não se sabe para onde vai.
E tu assistes a toda essa destruição com a imparcialidade amorosa de teu generoso coração.
Niterói, 17/10/2021