De tantos sons da natureza...
a palavra!
Ouço o barulho do mar, a música dos pássaros, o som dos passos dos bichos, seus gemidos
Ouço o cântico das chuvas, o despertar dos ventos, a dança das folhas nas árvores, seus cantos
Ouço o assovio das montanhas, a vastidão das areias, a espera da serpente, seus silêncios
Ouço o choro da criança, o bater de seu coração, seus roncos à noite, seus risos
Mas eis que de tantos sons...
a palavra!
De onde vem?
De que mares profundos
De que montanhas
De que favos, teias ou ninhos
Nasceu a palavra?
Creio ser preciso ouvir as florestas e interpretar suas falas, e o vozerio das plantas
E a discussão das aves do céu, e o cantar dos lírios do campo
E o florescer animado de cada árvore e de cada cacto
Para tentar decifrar essa origem.
Palavra,
de onde vens?
quem te trouxe a este mundo de belezas?
com que poder promove maravilhas?
e de que forma abre espaços imensos
e faz de mim, que não sou mais que pedra,
um campo fértil
da mais pura filosofia?
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