sexta-feira, 23 de maio de 2025

Prova de amor verdadeiro

ah esse amor... 

esse seu amor que posso sentir.

e também o meu amor por você. 

já pensou numa prova de amor?

já pensou se eu resolvo te pedir uma prova desse amor?

já pensou se você me pede para provar?

aproveitei que você disse que me ama e automaticamente comecei a pensar (como a fazer uma brincadeira que os que se amam se permitem fazer)

hum... se ela ama mesmo posso pedir uma coisa que só se pede a quem ama

então pensei, pensei, e com todas as coisas que eu pensava em pensar em pedir, logo dentro de mim surgia uma voz que dizia: não, isso você não pode pedir, isso não é coisa que se possa pedir a ela. 

daí, eliminadas todas as opções, consegui chegar a uma: ah é, então você disse que me ama, então como prova de amor eu peço que você... ame, continue amando do seu jeito, não precisa fazer nada, só continue amando. 

ame e faça o que quiser. 

isso é o que o meu amor te pede.

um amor à prova de provas.


O teatro do destino

Hoje no café da manhã na varanda um menininho corria o risco de derrubar o copo de vitamina.
Ele ficou em pé e veio dando uns passinhos pra trás.
Rapidamente tirei o copo do chão por baixo das suas pernas. 
Todo orgulhoso dei o copo na mão dele. "Atenção com suas pernas. Você podia ter derrubado o copo."
Ele se sentou e antes de beber, sem querer, entornou o copo no chão.
Fiquei pensando na força do destino.

Hoje acordei de um sonho muito forte, um pesadelo em que eu ia me apresentar no teatro mas eu havia esquecido tudo: as falas do personagem, havia deixado a roupa em casa, estava sem maquiagem; tudo por fazer, a peça por começar, e ninguém estava muito disposto a me ajudar; eu não tinha nem ensaiado.

Acordei muito assustado, com essa sensação terrível do branco na mente, o esquecimento, confusão. 

Ao mesmo tempo que algumas pessoas me achavam brilhante quando me ouviam dizer uma ou outra palavra, na tentativa de ensaiar em cima da hora, eu mesmo nem sabia o que estava fazendo. 

Estava morrendo de medo do público, com vergonha da minha parceira de cena que estava pronta e sabia tudo direitinho mas estava sem nenhuma paciência para me ajudar em cima da hora.

O que representa o destino? Pensei que o menininho talvez não quisesse mais tomar o suco. E de algum jeito não conseguia falar isso diante do público, esqueceu o texto, o figurino, a maquiagem... acordei assustado.

domingo, 11 de maio de 2025

Seja feliz! - palavras do professor Goenka, cantadas nos cursos de 10 dias.

Meu professor, que você possa ser vitorioso.
Compassivo, que você possa ser vitorioso.
O senhor me deu a admirável jóia do Dharma, 
quem tem sido tão benéfica para mim. 

Permitiu que eu provasse o néctar do Dharma
e agora nenhum prazer sensual pode me seduzir.
Uma tal essência do Dharma me deu,
que a concha [da ignorância] foi abandonada.

O senhor me deu um Dharma tão poderoso,
que me auxilia e me ampara a cada passo.
Ajudou a libertar-me de todos os medos,
e tornou-me completamente destemido.

De cada poro gratidão
De cada poro jorra tamanha gratidão,
que eu não posso saldar a dívida.

Viverei a vida do Dharma
e distribuirei os seus benefícios
a todos os que sofrem
esse é o único modo [de saldar a dívida]

Ó meu professor, em seu nome,
eu compartilho a doação do Dharma.
Que todos aqueles que vierem para meditar
sejam felizes e estejam em paz.

Que haja uma chuva do 
néctar do Dharma nesta terra.
Possa ela lavar todas as impurezas mentais
e purificar a mente de todos.

Que haja uma chuva do 
néctar do Dharma nesta terra.
Possa ela lavar todas as impurezas mentais
e refrescar a mente de todos.

Que todos possam ser felizes.
Que todos possam ser felizes.

Neste mundo de padecimento,
que ninguém seja infeliz.
Que o Dharma surja no mundo,
trazendo felicidade a todos.

De ódio e má vontade
que não permaneça nenhum rastro.
Possa o amor e a boa vontade
preencher o corpo, a mente e a vida.

Possam todos os seres estar livres do medo,
livres da animosidade, livres da doença.
Possam todos os seres ser felizes, 
ser felizes, ser felizes.

Assim como o meu sofrimento terminou,
que possa ter fim o sofrimento de todos.
Assim como a minha vida melhorou,
que a vida de todos possa melhorar. 

Somos afortunados por ter o sabão
e por ter a água pura.
Agora venham! Nós mesmos temos
de lavar a roupa suja da mente. 

Que o enlevo se espalhe
pelo lago da mente.
Que cada poro emita o som:
seja feliz! seja feliz!

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Sobre me expor diante da turma


 "Como pode ser gostar de alguém / E esse alguém não ser seu?" 

Nas férias abro meu amor e minha intuição à turma que virá no próximo semestre.

Antes de saber quem serão as alunas, abro-me a um planejamento subjetivo do curso. Qual será o percurso da turma de arte? Vou lendo, vou sentindo, vou colocando umas cartas na manga.

Nesse ano me vinha um pensamento que ouvi de que, em congressos de psicanálise, há momentos de relato de percurso de análise, em que uma pessoa conta a sua história pessoal. 

Contar minha vida a partir dos meus erros, minhas fragilidades, meu processo de autoconhecimento até aqui. Coloquei essa carta na manga. Estava pronto para contar tudo e responder a toda e qualquer pergunta de minha vida pessoal. (No semestre anterior, na disciplina optativa, em que temos ênfase em yoga, recebi uma pergunta que adorei: "professor, o que você mais gosta e o que você menos gosta em você?")

Quando o ano começou eu adorei ver os rostos conhecidos das meninas. Tínhamos vivido excelentes experiências na turma de corpo do primeiro período. 2 anos e meio depois elas estavam comigo outra vez. Sabia que ia ser bom.

Um dia combinamos de fazer a vivência do autorretrato, com colagens. A turma ficou fazendo (não consegui fazer o meu porque estava providenciando materiais e apoiando na impressão de suas fotos). Os trabalhos estavam ficando lindos (um grupo realmente talentoso) e uma das meninas me segredou que era seu aniversário. Então pedi pra ela escolher um música para tocar de fundo. Ela escolheu Amado, da Vanessa da Mata. A canção começa com a frase da epígrafe desse texto. E no meio da música eu lancei a pergunta: "vocês acham que as pessoas costumam desejar justamente os amores impossíveis?"

Cada uma começou a falar, e enquanto continuavam em suas colagens de seus autorretratos a conversa foi ficando animada, a aniversariante lembrou da frase de Schopenhauer:  "A vida é uma constante oscilação entre a ânsia de ter e o tédio de possuir".

Até que surgiu a pergunta: "professor, o senhor já traiu?"

Elas não sabiam que eu estava esperando uma oportunidade para contar minha historia. Vão saber agora que estão lendo esse texto. Por sinal, no fim da aula recebi o pedido de fazer um relato deste encontro tão caloroso que tivemos. Porque foi nesse dia também que mostrei pra elas meu blog (este aqui). Todo feliz contei da minha primeira postagem que foi algo do meu nascimento como professor. E depois li a última postagem, que foi sobre a descoberta da minha filha da alegria de escrever um diário e, consequentemente, da alegria de um pai perceber a alegria de sua filha com a escrita.

Eu contei a elas um monte de coisas da minha vida pessoal. Falei: "antes de contar se traí ou não, acho que preciso que vocês saibam um pouco de como foi minha historia", contei das minha inibições na infância e adolescência, se espantaram ao saber a idade de meu primeiro beijo, contei das minhas inseguranças sexuais e tive que explicar os fantasmas do fracasso sexual que povoam a mente dos meninos, os males do machismo sobre os meninos, as expectativas de performance, etc. contei também dos primeiros ensaios de namoro e dos relacionamentos longos que tive.

Minha fala ia sendo entrecortada por comentários delas. O ambiente estava muito descontraído porque à medida que ia recebendo julgamentos, ora eu os acolhia, ora eu devolvia como uma forma de provocação. A coisa virou uma espécie de ringue: 10 mulheres contra 1 homem. Evidentemente, eu fui ao chão várias vezes.

Por um momento nos perguntamos se iríamos discutir a questão de "uma pessoa" que trai, ou de "um homem" que trai. Isso faria alguma diferença. E pode ser que todos tenhamos ao longo do bate papo refletido sobre nossas histórias e questões nos relacionamentos, e que a lição de um possa ter servido para inspirar a vida de outras. Mas o tom do momento acabou prevalecendo: todas contra um.

Ao final fiquei feliz com uma certa catarse coletiva em que aquelas mulheres puderam descarregar seus ressentimentos acumulados por uma sociedade extremamente machista. Por todas as violências concretas e sutis que sofreram e ainda sofrem. É bom que possam saber bater nos homens, eu pensei em alguns momentos. É bom que haja sororidade, concluímos ao final.

No entanto, pelas tendências em tomar partido no momento da escuta, em ter logo um julgamento, fiquei pensando no ambiente em que elas cresceram e possivelmente ainda vivem. Se as ideias de certo e errado, bom e mau, são todas muito bem definidas, deve haver algum custo para se encaixar nos padrões da moralidade de seu grupo social, como se fosse possível a um ser humano alcançar a luz sem reconhecer a existência de sombras. 

E o meu plano inicial que imaginei nas férias: contar minha historia para exemplificar as complexidades da subjetividade humana, a noção de que a vida não segue uma linha reta, as ilusões e o processos demorados de amadurecimento, a dura jornada de autoconhecimento, para onde foi tudo isso?

Depois da aula encarei a questão: será que eu sou mesmo um ser humano ruim? Se estou num relacionamento e me apaixono por uma outra pessoa, isso fala do meu caráter? O que é certo e o que é errado fazer? Contar, não contar? Viver a paixão, freá-la, esquecê-la? Como contar? Por que as pessoas não contam? Esse é um tema que merece aprofundamentos.

Na aula lançamos a provocação: as pessoas questionam o caráter de quem se apaixona, mas ninguém parece questionar o modelo hegemônico da monogamia. Conversei com uma amiga sobre isso e ela me escreveu: "A expectativa hegemônica, compulsória, de exclusividade sexual, não permite a espontaneidade da relação amorosa, inibe desde o princípio e constrange a possibilidade de sinceridade na comunicação. Como é que a pessoa que ouve "eu só tenho olhos para você, você é tudo para mim, tudo que um homem precisa eu tenho em casa", vai conseguir, numa boa, tranquilamente, ouvir "eu estou ficando a fim de outra pessoa, eu quero estar mais vezes com ela"? O que se ouve é "essa relação já não serve mais, vamos terminar". A monogamia não permite meios termos, nuances, confluências."

Daí ela me indicou o texto sobre a sinceridade, do filósofo Rafael Lauro. Lendo seu texto eu consegui identificar o sentimento de confusão e incertezas que permearam minha história, ainda em andamento, de (re)conhecer meus desejos: "Quem consegue responder exatamente o que é a verdade e o que é a mentira quando tratamos de coisas tão movediças quanto os nossos desejos?"

Conversar, conversar, conversar... Rafael me fez lembrar de que contar ou não contar não é tão simples porque ao longo do que vivi eu não tinha clareza  das mudanças que aconteciam no meu sentimento. Porque "a verdade não nos espera pronta, ela está por fazer. Relacionar-se com sinceridade não significa ser obrigado a dizer tudo o que pensa ou faz, mas de criar condições pelas quais possamos ser e mostrar aquilo que somos, incluindo as contradições. Então, a sinceridade não é apenas a comunicação das certezas, mas fundamentalmente a conversa cuidadosa sobre as incertezas."

O difícil foi ter me acostumado com uma relação "estável" sem perceber que ela mudava, foi não ter me acostumado com os convites do que encantava minha alma (os apaixonamentos) sem conseguir dançar seus fluxos. Não conseguimos, é verdade, manter as relações abertas o suficiente para as conversas cuidadosas sobre as incertezas. 

Quero encerrar esse relato da aula, escrito para elas, com um poema. A professora e poeta Geni Núñez (Yvoty Juky é seu nome em guarani dado por sua mãe) em suas pesquisas sobre relacionamentos, fala em descolonizar os afetos, nos inspira com a metáfora do reflorestar as relações em sua diversidade, em contraposição a lógica da monocultura. Gosto também bastante de um conceito que ela traz, para além dos rótulos e dos padrões normativos, que é o de "artesania dos afetos": ou seja, compreender as relações como algo que se vai construindo artesanalmente, cada um do seu jeito. Geni transparece bastante sinceridade no que fala, como quem fala a partir de suas buscas pessoais. Eu amei o seu livro e poema "Felizes por enquanto: escritos sobre outros mundo possíveis", mas aqui eu compartilho um poema que acho que tem muito a ver com toda essa semana que passei em busca de trazer uma compreensão para o que vivemos na aula.

Poema em linhas tortas: é pelo jeito de errar que a gente ama

Mais do que te ver acertar, acho que foi quando te vi se permitindo falhar que mais te admirei
Mais do que quando você alcançou as notas, te admirei mesmo quando você continuou cantando mesmo percebendo a própria desafinação
E mesmo tropeçando, continuou dançando
E não parou de dizer gaguejando
Quando não deu tanto mérito à vida em linha reta
E quando riu de si sendo ridículo e absurdo
Quando perdeu todas as rodadas, mas não desistiu de jogar
Há uma certa coragem que os erros têm que nenhum acerto jamais terá
E é sem atribuir tanta importância à possibilidade de falhar
Sem atribuir tanta magnitude ao que os outros irão pensar se a gente tentar e não conseguir é que encontramos alguma autenticidade
Farta de deuses e semideuses,

eu me apaixono é por gente.


Foto: poema de Sérgio Vaz, no livro Flores da Batalha


sexta-feira, 18 de abril de 2025

diário

o pai precisa botar a filha para dormir, ele entra no quarto pronto a dizer, tá na hora, e vê a filha sentada escrevendo em seu diário. lembra-se de uma conversa que teve com a mãe de um amigo de sua filha: a pessoa tá lendo aí as pessoas chegam e falam com ela como se ela não estivesse fazendo nada de importante. isso é uma cultura familiar. a pessoa está lendo e ninguém a interrompe porque ela está lendo. isso é outra cultura familiar. a filha descobriu a alegria de escrever diário, lendo o que ela mesma escrevera meses atras, e se lembrou dos acontecimentos daquele dia. na casa do pai a cultura familiar é dessas: convidou pra sentar pra fazer o exercício do livro novo de matemática? para tudo. prioridade. deixa a louça pra depois. a menina está escrevendo em seu diário? agradeça por você conseguir um ambiente calmo e silencioso pra menina seguir seus escritos com todo o tempo do mundo. o pai correu para escrever também e transformar um pedacinho de seus sentimentos em palavras. ele escolhe as palavras. as vírgulas, os pontos... escolhe também o que não usar, nem aspas, nem travessões, nem maiúsculas, nem nomes. tudo é bem cuidado. os tempos, as pessoas. a escrita é, na verdade, reescrita, ele aprendera há pouco sobre esse burilar, coisa que sempre fez. e pensa, piegas, nas casas em que prioridade não é ler. na verdade foi essa dor que lhe fez ir refletir. um filme em sua mente lhe fez ver uma criança escrevendo seu diário na cama e um adulto gritando dizendo para com esse negocio e vai logo tomar banho ou dormir, ou seja lá o que seja prioritário. a filha hoje disse ao pai sobre adultos que não tratam bem as crianças. isso tudo é agora página desse diário que

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

A poesia em si - Allan Dias Castro

Quando a indiferença de alguém fizer você se sentir quase invisível,
E esse sentimento trouxer aquela vontade de sumir, 
Lembre que a poesia não depende do poeta para existir.

Pense nisso quando parecer que um relacionamento vai acabar,
e você achar que é o seu mundo que está acabando.
Não. A vida não se esqueceu de você.
Talvez você tenha que se esquecer de procurar no outro
A sua razão para viver.

Dói, mas liberta.
A dor tem que passar
Para deixar a porta aberta.

Repito, a poesia não depende do poeta para existir.
Da mesma forma que, entre páginas viradas,
Você carrega um poema em si,
Um sentimento que acaba pode virar um verso triste,
Mas a sua beleza ainda está ali.

Mesmo quando o outro não consegue,
Ou não quer mais enxergar,
Não se engane achando que a beleza não existe.
Se o outro não vê, o problema não está em você.
Quem perde é o poeta que enxerga o poema,
Mas não o divide.

Quem sabe a poesia da vida está aí:
Só tem a ganhar aquele que consegue dividir
A beleza que enxerga em si.
Por isso, é melhor seguir
Respeitando o tempo de cada verso
E o tempo do outro também.
Para multiplicar o seu poema
Quando enxergar a poesia em alguém.

A gente acha que nunca mais vai ser feliz.
Mas a solidão não é um ponto final.
Deixe o tempo transformar
O nunca mais em por enquanto
Só você sabe o que sentiu,
Então só você pode transformar esse vazio
Numa página em branco.

extraído do livro Voz ao Verbo - poemas para calar o medo



quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

É tudo o jogo de Deus

É somente Deus quem faz tudo. Você pode dizer que neste caso, o homem pode cometer pecado. Mas isso não é verdade. Se um homem estiver firmemente convencido de que Deus é O que faz, e que ele próprio não é nada, então nunca dará um passo em falso.

Foi Deus somente quem plantou na mente humana aquilo que o "inglês" chama de livre arbítrio. As pessoas que não realizaram Deus ficariam cada vez mais empenhadas em ações pecaminosas, se Deus não tivesse plantando nelas o livre arbítrio. A incidência de pecado teria aumentado se Deus não tivesse feito o pecador sentir que somente ele era responsável pelo seu pecado.

Aqueles que realizaram Deus são conscientes que o livre arbítrio é meramente aparente. Na realidade o homem é a máquina e Deus Seu operador, o homem é o carro, e Deus, o Condutor.


Nota: Sri Ramakrishna usava esta palavra "ingles" para designar os europeus em geral, e também, aqueles cujos pensamentos e maneiras eram profundamente influenciados pelas ideias ocidentais.


Diário de M., Evangelho de Sri Ramakrishna, sábado 5 de janeiro de 1884.

sábado, 10 de dezembro de 2022

Namo namo... (English version)

Namo namo prabhu vakya-mana-atita


I salute and bow to you master, who are beyond speech and mind (beyond my ability to comprehend you, beyond the possibility of expressing in words, your nature and greatness).


Mano-vachanaika-adhar


And at the same time you are the basis of words and of the mind (it is through you as consciousness, my inner reality, that I hear what I hear, that I see what I see, that I feel what I feel, it is thanks to you that I can understand what I can understand, you are the source of all knowledge and understanding in me).


This song of Arati was composed by Swami Vivekananda on his master Sri Ramakrishna Paramahamsa.


It's a song depicting his love and adoration for his master.


It is an expression of the transcendental and immanent aspects of the Lord!


It's a love song.


It is the language of lovers:


I can't decipher who you are. You, who exercise this immense fascination, are a mystery to me. And at the same time I can't live without you, I can't forget you, and I don't see the world with the same eyes as before. I see the world through the lens of this new understanding of Reality and now my life has taken on a new meaning.


This is an excerpt from a song composed by Vivekananda to be sung daily by the then emerging movement among Sri Ramakrishna's disciples. They chanted as they ritualistically offered the five elements to the ashes of the master who had passed on. The arati ritual still uses this hymn today, in all places associated with Sri Ramakrishna, in India and abroad, composed in the language spoken by them, and not in Sanskrit, so that all the people could understand, sing and rejoice with it.




A love song of a young man for his master.


I can't get to know you completely, who are you?


And everything I am and know is thanks to you.


I do not exist without you. I know nothing without you.

You are the source of my life, of my love.


You are in the nerve currents of this body, you are in the encounter between each neuron, in the spinal cord, in sensory perception, in the movement of each muscle, in the hum of the brain, you are in each cell, in the air that runs through me, in the rhythm of the heart and all the pulsation, you are my waters, my fire, my bones, my thoughts and in the interval between thoughts. You are my Everything.


Namo… that word has a wide meaning. From bowing down, bowing, saluting... namo namaha is in so many mantras greeting the deities. Om Namah Shivaya for example. It is the same one that appears in the famous namaste (I salute you, I bow to you). I would say: I love you. Namo. Not me, but you. Namo, namo, love, love.


Spirituality, for me, is this:


Seek that someone who is capable of receiving my love as Ramakrishna received it from Vivekananda.


When I listen to this song, I feel that spirituality is worshiping the master that Vivekananda recognized as The master of all humanity (which is already a great cause of life), but I feel something more. I think of the trajectory of Vivekananda himself. He sought and found. This makes me want to look too. Where is he? I need to scour this planet and find him.


Finding that person, that being, who is capable of awakening love in me and being the receptacle of my dedication and devotion.


Someone I can trust. Fully.


A love for a You, a personal relationship.


Someone flesh and blood, whose skin I can see the lines. And not just worship by imagination. I want to go beyond mantra and visualization of spiritual exercises, I want that someone with texture and warmth. In addition to intellectualizations, I want to find that someone I can silently look at and entrust with all the shells of my affections necklace. Where I can see the play of light and shadow on the skin of your face, the marks of time on your hands, look at your bare feet while my mind travels in the immensity of infinity.


Someone who smiled, a loose smile like a child's.


I want to see. Be in your company. Smile together.


Someone who can be there for me and hold my hand if I am sick or dying or grieving the loss of a family member.


Someone who, when dying, I can live the terrible mourning, and also worship his ashes, alongside my companions. And suffer your absence. I don't want this god always alive and mute. 


Love and death. Love and finitude.


In our poor human heart love needs a sense of urgency. And the threat of death is the ultimate catalyst for this urgency. I didn't love an eternal, an always the same. We love endlessly before it's gone. And when it's gone, we love infinitely, love survives death. It is in the tension of finitude that love lives. 


People say that when someone dies the bond gets even stronger. The loved one becomes even more present. 


Yup. I know your language is silence and darkness. Yup. I know you speak to me through so many mouths and see me through so many eyes. I know that in the fluttering of the little bee's wings, in the blues of the sky, in the red of the dawn on the mountain, in the stars, in the swaying of the leaves in the wind, in the conversations with the child... yes, I know that you are here. But I want you in the flesh. 


Until I find that person (and I can't even imagine where they might be on this immense Earth), my spirituality is a desert of disappointment, of melancholy for wanting and not having.


Not finding the right person. My love letters are made up of juvenile poetry. They all came back. And my heart ages without maturing. I'm sad.


My sadness is however an ocean of life. That's where my strength emerges from. It is my disappointment that does not leave me resigned and apathetic. I have to be happy! I still have to really love! I will find that love!


I cannot give up looking for the beloved.


A love that frees and does not imprison.

Which is the source of that innocent joy and not of torments and attachments.


Are you by any chance? Did this letter of mine that you are reading now reach its destination? Are you the master of love? If so, please come soon.


I come from the paths of love.

I am the son of passions and their disappointments.

I am a displicent and ungrateful friend.


I think of all the people I've met, who have passed through my life. So many loves. My life has so much past. But I know that the day of a very present will come.


In the life of a teacher, how many students have passed me by. How I loved them! Where are you going? What did they turn out to be? Did any of them…?


Could it be that my eyes have already crossed yours and I didn't recognize you?


My soul has a thirst...


It is the eternal thirst of the soul to unite with the Supreme! The single minded love that Vivekananda had for Ramakrishna!


Hearing these incidents of adoration and love of Vivekananda for Ramakrishna, of Rumi for Shams of Tabriz, and imagining those of Mary Magdalene for Jesus…


And I think of so many saints and swamis who over the centuries have loved him without knowing him. A few wrote. And they are wonderful. I still imagine the unknowns. How much faith! Is that what I'm missing?


Friend, you have an excess of poetry and a lack of faith. Your mystique of words is empty.


There are those who see it every day.


Could it be that you who read me are one of these? Please teach me.


I still await the look and the call: "come".


I will.


For now I am restless and cry.


I cry for an unknown God.


Namo namo...


Namo namo prabhu vakya-mana-atita


Eu te saúdo e reverencio mestre, tu que estás além da palavra e da mente (além da minha capacidade de te compreender, além da possibilidade de expressar por palavras, tua natureza e grandeza). 


Mano-vachanaika-adhar


E ao mesmo tempo és a base das palavras e da mente (é através de ti como consciência, minha natureza interior, que ouço o que ouço, que vejo o que vejo, que sinto o que sinto, é graças a ti que consigo compreender o que consigo compreender, és a fonte de todo conhecimento e entendimento em mim).


Esta canção do Arati foi composta por Swami Vivekananda para seu mestre Sri Ramakrishna Paramahamsa.


É uma música que descreve seu amor e adoração por seu mestre.


É uma expressão dos aspectos transcendentais e imanentes do Senhor!


É uma canção de amor. 


É a linguagem dos amantes:


Não consigo decifrar quem você é. Você que exerce esse imenso fascínio, é um mistério para mim. E ao mesmo tempo eu não consigo viver sem você, não consigo te esquecer, e já não vejo o mundo com os mesmos olhos de antes. Vejo o mundo com as lentes dessa nova compreensão da Realidade e agora minha vida ganhou um novo sentido. 


Esse é um trecho da canção composta por Vivekananda para ser cantada diariamente pelo movimento que então nascia, entre os discípulos de Sri Ramakrishna. Eles cantavam enquanto ofereciam ritualisticamente os cinco elementos às cinzas do mestre que havia feito a passagem. O ritual do arati usa até hoje esse hino, em todos os lugares associados a Sri Ramakrishna, na India e fora dela, composto na língua falada por eles, e não no sânscrito, de modo que todo o povo pudesse entender, cantar e se alegrar com ela.


Uma canção de amor de um jovem por seu mestre. 


Eu não consigo te conhecer por inteiro, quem é você?


E tudo que sou e sei é graças a você. 


Eu não existo sem você. Nada sei sem você. 

Tu és a fonte da minha vida, do meu amor.


Tu estás nas correntes nervosas deste corpo, tu estás no encontro entre cada neurônio, na medula espinhal, na percepção sensorial, no movimento de cada músculo, no zumbido do cérebro, estás em cada célula, no ar que me percorre, no ritmo do coração e toda a pulsação, tu és minhas águas, meu fogo, meus ossos, meus pensamentos e o intervalo entre os pensamentos. Tu és meu tudo. 


Namo… essa palavra tem um amplo significado. De curvar-se, reverenciar, saudar… namo namaha está em tantos mantras de saudação às divindades. Om Namah Shivaya por exemplo. É a mesma que aparece no famoso namastê (Eu te saúdo, eu te reverencio). Eu diria: eu te amo. Namo... Não eu, mas tu. Namo, namo, Amor, amor. 


Espiritualidade, para mim, é isso:


Buscar esse alguém que seja capaz de receber meu amor assim como Ramakrishna o recebeu de Vivekananda. 


Quando ouço essa música, sinto que a espiritualidade é sim adorar o mestre que Vivekananda reconheceu como O mestre de toda a humanidade, mas sinto ainda um algo mais. Eu penso na trajetória do próprio Vivekananda. Ele procurou e encontrou. Isso desperta em mim a vontade de procurar também. Onde Ele está? Preciso vasculhar esse planeta e encontrá-lo.


Encontrar essa pessoa, esse ser, que seja capaz de despertar em mim o amor e ser o  receptáculo de minha entrega e devoção.


Alguém em quem eu possa confiar. Inteiramente. 


Um amor por um Tu, uma relação pessoal. 


Alguém de carne e osso, de quem eu possa ver as linhas da pele. E não só adorar por imaginação. Quero ir além dos exercícios espirituais de mantra e visualização, quero esse alguém com textura e calor. Além das intelectualizações, quero achar esse alguém que eu possa olhar silenciosamente e confiar todas as conchas do colar de meus afetos. Onde eu possa ver o jogo de luz e sombra na pele de seu rosto, as marcas do tempo em suas mãos, olhar seus pés descalços enquanto minha mente viaja na imensidão do infinito.


Alguém que sorria, um sorriso solto como o das crianças.


Eu quero ver. Estar em sua companhia. Sorrir junto.


Alguém que possa estar a meu lado e segurar minha mão, caso eu esteja doente ou moribundo ou em luto pela perda de um familiar.


Alguém que, quando morrer, eu possa viver o terrível luto, e também cultuar suas cinzas, ao lado de meus companheiros. E sofrer sua ausência. Não quero esse deus sempre vivo e mudo.


Amor e morte. Amor e finitude.


Em nosso pobre coração humano o amor precisa de um senso de urgência. E a ameaça da morte é o catalizador máximo dessa urgência. Não amamos um eterno, um sempre igual. Amamos infinitamente antes que se vá. E quando se vai, amamos infinitamente, o amor sobrevive à morte. É na tensão da finitude que vive o amor.


As pessoas dizem que quando alguém morre o vínculo fica até mais forte. A pessoa amada fica até mais presente.  


Sim. Eu sei que tua linguagem é o silêncio e a escuridão. Sim. Eu sei que tu me falas através de tantas bocas e me vês através de tantos olhos. Sei que no bater das asinhas da pequena abelha, nos azuis do céu, no vermelho do amanhecer na montanha, nas estrelas, no balançar das folhagens ao vento, nas conversas com a criança… sim, eu sei que tu estás aqui. Mas eu te quero em carne. 


Enquanto não encontrar essa pessoa (e nem imagino onde ela possa estar nessa Terra imensa), minha espiritualidade é um deserto de decepção, de melancolia por querer e não ter.  


Não ter achado a pessoa certa. Minhas cartas de amor são feitas de poesia juvenil. Todas voltaram. E meu coração envelhece sem amadurecer. Sou triste.


Minha tristeza é no entanto um oceano de vida. É de lá que emerge minha força. É minha decepção que não me deixa resignado e apático. Ainda hei de ser feliz! Hei de amar de verdade! Hei de encontrar esse amor!


Não posso desistir de procurar o amado.


Um amor que liberta e não que aprisiona.

Que é fonte daquela alegria inocente e não de tormentas e apegos.


Por acaso é você? Essa minha carta que agora você lê, terá chegado ao destino? É você o mestre do amor? Se for, por favor, venha logo.


Eu venho dos caminhos do amor.

Sou filho das paixões e suas desilusões. 

Sou um amigo displicente e ingrato. 


Penso em todas as pessoas que conheci, que passaram por minha vida. Tantos amores. Minha vida tem tanto passado. Mas chegará o dia de muito presente.


Na vida de professor quantos alunos passaram por mim. Como os amei! Por onde andam? O que revelaram ser? Será que algum deles…?


Será  que meus olhos já cruzaram os teus e não te reconheci?


Minha alma tem uma sede… 


É a sede eterna da alma de se unir ao Supremo! O amor obstinado que Vivekananda tinha por Ramakrishna!


Ouvindo essas histórias de adoração e amor de Vivekananda por Ramakrishna, de Rumi por Shams de Tabriz, e imaginando as de Maria Madalena por Jesus…


E penso em tantos santos e swamis que ao longo dos séculos o amaram sem o conhecer. Alguns poucos escreveram. E são maravilhosos. Imagino ainda os incógnitos. Quanta fé! Será isso que me falta?


Amigo, você tem excesso de poesia e falta de fé. Sua mística de palavras é vazia. 


Há aqueles que o veem todos os dias.


Será que você que me lê é um desses? Por favor me ensine. 


Ainda aguardo o olhar e o chamado: "vem". 


E vou. 


Por enquanto me inquieto e choro. 


Eu choro por um Deus desconhecido.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Um jeito de declarar meu voto



André Andrade Pereira


(No encerramento do grupo de leituras dos livros do Swami Vivekananda)


Eu nasci em 1979. Então tive uma infância num período em que a abertura política estava já acontecendo aqui. Lembro aos 10 anos de ver a primeira eleição da nova democracia, lembro de conhecer pessoalmente Brizola, Lula e de acompanhar diariamente o horário eleitoral gratuito que era feito com muita criatividade. Lembro bem das emoções de esperança dessa época. E não sei bem pq mas na adolescência eu "maratonava", repetidas vezes (pq meu pai gravava em VHS), a série Anos Rebeldes e uma série estrangeira sobre o nazismo que não lembro o nome. Mas eram novelas que davam aspectos bem cotidianos dos anos de ditadura no Brasil e do nazismo na Alemanha. Meus pais eram professores. Então eu cresci meio que formando valores de uma esperança na democracia mesmo sabendo de suas fragilidades. Acabei indo estudar economia e política antes de me apaixonar pelas religiões e espiritualidade. Digo isso pq o meu sentimento é de uma certa obviedade de que os totalitarismos são a pior coisa que podemos viver enquanto sociedades modernas. Esses filmes davam um retrato cotidiano dessas épocas. E uma coisa me chamava atenção. É de que o fascismo dava um falso poder às pessoas mais fracas. E perseguiam as pessoas fortes e ousadas. E incitava a crueldade nos sentimentos coletivos. O filme 1900 (Novecento) do Bertolucci tb mostrou isso numa familia da Hungria (é um filme muito forte. Eu não recomendo).

Então uma coisa que posso dizer hj pras crianças  quando vejo atos de violência gratuita (estou falando de meninos de 7 anos quando são cruéis com meninos de 3 anos). Eu procuro dizer a eles: "ele é menor que vc. Forte não é quem bate. Forte é quem PROTEGE os mais fracos."


Eu misturo essas reflexões aqui pq vejo assim o pano de fundo emocional dos fascismos. Lá na adolescência vi tb aquele curta chamado "A onda". Isso ficava bem claro. O professor simulou isso na escola. Foi um lição incrível. E quem entrou na onda foi justamente o pessoal de baixa auto estima que subitamente se viu ganhando poder participando de algo que parecia grandioso. Com aqueles valores de nacionalismo, disciplina militar, essas coisas...

Essa inversão de valores está aí hj em dia numa cegueira inacreditável. 

Ao longo da leitura dos livros do Vivekananda fiquei com essa pergunta de fundo: Se ele estivesse aqui hj o que ele estaria falando? Ele não viveu as grandes guerras e esses movimentos totalitários do século XX. Ele não viu a ascensão da atual extrema direita numa associação com fanatismo religioso cristão e com estruturas perversas das milícias armadas nas periferias. Nossa! Acho que suas ideias sobre pluralismo religioso e sobre fortalecer o humano diria muito aqui hj.

E aqui estou aos 43 convivendo com pessoas na família e nas ruas que sei lá pq mas não tiveram aquele background que eu tive lá nos meus anos de juventude com aquelas séries e filmes que me formaram. Aí as pessoas parecem não ver. É tão óbvio. Tão óbvio. Tão óbvio. Penso nos iluminados olhando pra nós. São tão óbvias nossas delusões. 

E isso não vai acabar nessa eleição de domingo. Mesmo com a vitória do Lula. Pq as ideologias de extrema direita, com fanatismo cristão e estruturas de milícias estão por aí no mundo todo e dominaram os corações de quase a metade aqui. Meu orientador na ciência da religião se chamava Zwinglio Motta Dias. Ele era pastor presbiteriano e nas suas aulas de protestantismo já anunciava que o novo fanatismo religioso, que é um emocionalismo, não traria bons frutos pra humanidade. Espiritualidade não deveria ser resumida a transes emocionais. A junção disso com política num cenário econômico pauperizado é trágico. 

Isso fala de um momento de fraqueza do povo mas tb de descaso histórico pq é a própria miséria que dá lugar a isso tudo. 

Swami Vivekananda despertou o espírito dos indianos que mais tarde venceram a colonização. Krishnamurti e Thomas Merton falaram fortemente contra os absurdos das guerras e a crise da civilização. Onde uma voz assim aqui?


O lema de Vivekananda era: levante, desperte e não pare até que a meta seja alcançada!

O meu tem sido  misericórdia, misericórdia, misericórdia!


Daí minha história foi um pouco assim... se é que dá pra falar da própria história. A cada vez a gente relê a própria história. Mas eu cresci num ambiente muito politizado. E depois fui indo pra espiritualidade. 

Agora pra onde vou?

Não sei.

Nesse caminho encontrei um mestre espiritual. Ele é uma pessoinha cheia de paz e muito pé no chão. Quase não fala comigo sobre espiritualidade. Quer saber como tá minha vida. O trabalho. A família. Minhas obrigações como pai. Ele me fala do concreto da vida. Onde todos viemos viver. De uma maneira ou de outra a vida é feita de retornos e volto a me ocupar de temas de pesquisa do tipo: como se governa um país? No concreto. Se eu fosse presidente como eu faria?


Ouvir o Lula esses dias na live de 1 milhão me tocou muito quando ele disse pro entrevistador que ele deveria entrar na política.

Então não sei o que vai ser daqui pra frente. Há tanto a fazer na prática em nossas vidas e a nossa volta. Estou aberto. A tudo. Menos a ser mestre espiritual que é um negócio que é muito distante do meu estofo emocional e espiritual. E vejo umas pessoas na espiritualidade se encaminhando pra se tornar mestres, fazendo uma imagem mansa, umas falas abstratas que podem ser mal interpretadas pq na confusão dos espíritos, vc fala A e tem gente pra entender B. Isso não é pra mim. Acho que são falsos mestres. Não se posicionam com medo de perder lucros e seguidores.


Também não fico tentando convencer as pessoas do óbvio. O máximo que posso fazer essa semana é colocar um adesivo no peito e declarar meu voto, como fez a Fátima Bernardes. 

Eu vou votar no Lula, 13, domingo que vem. 

Declarar isso essa semana por aí é o melhor que posso fazer. 

E se alguém, que no fundo no fundo é uma outra versão de mim mesmo, pensa diferente, silêncio e... misericórdia!


Teresópolis, 23/10/2022.