quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pessoas sendo jogadas no rio.






Dando voz a um irmão que mora na rua:

Fala 1: "Irmão, eles pegam a gente, jogam a gente na van, batem, espancam. Se o irmão não sossega eles jogam o irmão no meio do mato."

Fala 2: "Uma vez eu tava num desses ônibus. Sabe o que os policiais fazem? Mandam a gente deitar no chão. Aí, se dependuram no ferro que a gente usa pra se segurar e se jogam com os pés sobre o peito do nosso irmão. Faz isso umas três vezes."

Fala 3: "Depois de espancar o irmão na van, olha aqui (e me mostrou hematomas nos braços), abre a porta e joga na ribanceira, joga no rio, num rio que tem lá quase em Paciência - Santa Cruz."

A van e o ônibus é a que deve levar os que desejam ir para os abrigos. Na lei, a "acolhida" tem regras, e só deveria ir quem quer.

Não é isso que estamos assistindo no cotidiano de nossa cidade.

Me disseram que participam dessas operações Policiais Militares e Guardas Municipais.

Hoje de manhã, ouvi essas histórias de crueldade medieval. Tortura, barbárie, crueldade, assassinato, são realizados pelos representantes do nosso Estado de Direito, que deveriam preservar a vida e as liberdades individuais.


Essas vítimas não cometeram crime algum.

Lembro que até nas guerras havia regras. Os cavaleiros tinham honradez.



Sinto que o nazismo está aqui: terrorismo de Estado. Fraqueza moral no poder. Extermínio.

A sociedade está surda.
O que podemos fazer para parar essa covardia, essa crueldade?
O que você tem feito?
Pense. O que você pode fazer é diferente do que eu tenho feito. Mas faça o seu melhor.

Tenho dificuldades de pensar. O ódio quase me domina.
Então silencio meu coração, penso em meus grandes exemplos que enfrentaram a violência com paz: Thich Nhat Hanh, Mahatma Gandhi, Dalai Lama, Martin Luther King Jr., Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela... e os evoco para nos inspirarem, para nos tirarem dessa insensibilidade, desse descaso.

Ajude, ajude meus irmãos que estão nas ruas. Comece a fazer algo. Comece. O que o seu coração mandar. Se não podemos fazer tudo que o Estado não faz, comecemos a fazer o possível: tornarmo-nos amigos. Qualquer coisa, mas comece logo.

Ajude, ajude meus irmãos que vestem a farda policial, mas se perdem na emoção da crueldade, da maldade, que é bem verdade, está dentro de cada um de nós. Que eles possam receber a ternura que falta em seus frágeis corações. Todo agressor traz fraqueza e desequilíbrio em si mesmo. Que eles possam receber a orientação segura no caminho do bem.

Ajude, ajude a criar uma cidade melhor. Ela começa em cada um de nós. Façamos de nossa vida, um gesto permanente de paz. Criemos harmonia e solidariedade, dentro de nós, a nosso redor, e ampliemos nosso redor convidando para as bodas aqueles que não tem condições de retribuir. A cidade partida é fruto de corações partidários. "Os meus" primeiro, "os nossos" contra "eles". Enquanto não entendermos a universalidade do amor, ficaremos chocados e horrorizados quando a violência de exclusão chegar a nossa porta.

paz, paz, paz!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Candomblé



Finalmente,
fui a um terreiro de candomblé. Era festa de Xangô.
Um divisor de águas em minha vida.
Como cientista da religião, faltava essa experiência de corpo presente.
De corpo presente, sim, porque experimentei ali muita coisa com o corpo inteiro.
As pessoas são comuns, não estão em transe o tempo todo. Convivem, conversam, riem, tudo muito natural.
Movimento: dança em roda, com gestos rituais que se reproduzem a mais de 3000 anos.
Cores: das roupas simples, mas muito ricas de cores, das contas, dos ornamentos.
Gosto: do chá de gengibre e, em especial, da rabada com quiabo que ficou na minha mão;
Calor: da fogueira, onde fomos dançar com os deuses incorporados.
Cheiro: de natureza, de quiabo.
Ritmo: dos atabaques, que nos levam a dimensões do sagrado, numa profunda comunhão com a vida.

Para mim foi a primeira impressão: muito positiva, especialmente a abertura de coração, o sorriso da mãe e do pai da casa e de algumas mulheres que vinham nos explicar algumas coisas.

O candomblé é um caminho espiritual muito longo, uma iniciação muito bonita onde a pessoa vai amadurecendo em sua relação com a complexa significação do universo espiritual.

Não sei nada. Há muito o que aprender.
Conselho: vá ver, ouvir, sentir, provar.

O ideal de diálogo inter-religioso ficou fortalecido. É um caminho legítimo, onde pessoas maravilhosas chegam a um belo objetivo humano.

paz!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Definições Espíritas

Reunião de Estudos da Doutrina
Momento de aprimoramento intelectual no sentido de espiritualização do saber. É o abrir das asas do entendimento e do sentimento para o voo rumo a evolução

Evangelização
Crescimento. Formação moral através da convivência com o diferente. É o esforço de ajudar a remover os obstáculos interiores ao progresso real.

Mediunidade
Exercício de preparação contínuo para a vivencia dos potenciais do homem do futuro. Feliz o que desperta cedi oara o bom uso de suas singulares faculdades mediúnicas.

Caridade
Olhar o sofredor sem julgar. Ver com compreensão que somos todos capazes do mal e do bem.

Drogas
Momento de dor insuportável e inconsciente. Só ajuda quem consegue fazer-se amigo e saber esperar o tempo da colheita.

Perseguidores Espirituais
Amigos a nos estimular a trilharmos a senda do bem perseverantemente.

Doação
Felizes os que podem ajudar. Já estão melhores do que os que só podem pedir.

Ânimo
Qualidade dos que trazem a alma plena de gratidão pela vida e conseguem transmitir essa alegria simples aos que estão temporariamente tristes.


Certeza de que aqui é passageiro. Qualidade dos que entesouram riquezas no céu, amealhando amigos por toda parte.

Casamento
Destino dos que precisam trilhar juntos os desafios do aprimoramento na arte de conviver e amar.

Liderança
Exercício de humildade e responsabilidade. Só quem confia pode liderar. Jesus confia em todos.

Prece
Exercício de comunhão com Deus. Abrir as portas do coração enquanto silencia os condicionamentos mentais.